#[trabalharcansa]: Uma pandemia sem cura

A falta de educação nos ambientes culturais

Por Anna Kroiss

Nos últimos tempos tenho (como sempre, amém), ido muito ao cinema, um pouco ao teatro e lendo como Deus me permite, e me reservo o direito assim de poder relatar o comportamento caótico da absoluta falta de noção que as pessoas de maneira geral têm adotado como normal.

Acredito que hoje tenha sido o estopim após ter há pouco assistido um vídeo de uma garota que comenta sobre cinema no Instagram. Em um reels, ela se perguntava o quando foi que paramos de saber nos comportar no cinema? O que aconteceu para que as pessoas tenham tanta falta de respeito com os demais nas sessões? De maneira específica ela se referia aos celulares ligados dentro das salas de cinema – e acreditem, grande parte dos comentários desse vídeo é de pessoas criticando a postura da garota, comentários como: “quer ver filme em silêncio fica em casa” ou “a pandemia nos deixou com uma mácula de ansiedade e desaprendemos a desligar das mídias, a culpa não é nossa” são alguns exemplos das absurdas reações a, pasmem, um canal que fala de cinema. Ou seja: grande parte dos seus próprios seguidores devem ser os tais cinéfilos do mundo moderno, esses mesmos que não conseguem chegar no horário e entram com a lanterna do celular ligada para procurar a poltrona após 15 minutos de filme, aqueles que ficam a cada vinte minutos olhando a hora no celular, e claro, os que ficam com ele em mãos esperando a tão incrível cena do filme para poder fotografar – tudo isso DeNtRo do CiNeMa! Sim, aquele mesmo cinema onde você paga para estar ali, aquele mesmo cinema que desde sempre possui as mesmas regras: “Desliguem os aparelhos sonoros”. “É proibido fotografar a sessão”. “Não converse durante o filme”, todos esses avisos parecem ter sido amassados e arremessados ao longe numa lixeira distante chamada: educação.