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#TributoAoHomemComum (3)

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Sobre "Stoner", de John Williams

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Vivian Schlesinger
nov 11, 2024
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[Leia a segunda parte do ensaio]

Stoner, romance para um filme mudo

Se Stoner fosse um filme, é possível que algum diretor fizesse o filme mudo. Não seria absurdo. William Stoner é tímido, desajeitado, tanto no sentido físico como emocional. Há emoções que ele nem sabe definir, e, na dúvida, emudece. Para seus antagonistas, o silêncio é interpretado como resistência – o que não está completamente errado – mas não há agressividade. É o silêncio de alguém que cresceu em meio a poucas palavras. Seus pais são pequenos agricultores, muito mais próximos ao ambiente natural do que ao social. Não são seres sociais, não podem imaginar virtude em ser “um bom papo”. "Jogar conversa fora" é praticamente tomar o Nome de Deus em vão. William Stoner cresceu em um mundo silencioso. A história se passa na década de 1940, quando uma personalidade atraente, piruetas verbais, farta distribuição de sorrisos ainda não eram elementos essenciais nem mesmo na vida urbana. Isso, quando não eram vistos com desconfiança. O livro foi lançado em 1965, quando os Beatles levavam milhares de jovens à gritaria feito um ritual comunitário. Ao que tudo indica, John Williams escolheu um período anterior ao seu para situar o romance porque ele mesmo teria características em comum com esse personagem, saberia bem o que era ser esse anacronismo social. Autor e personagem defasados de seu tempo, mas o romance é atemporal.

Stoner: Brief Thoughts — Poetry Culture

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