#TrilhasParaUmFimDoMundo (8)
Uma edição que fica ao lado de Henry James e de David Lynch
LADO A
Faixa 1
Toda vingança tem na Justiça o seu pretexto legitimador. Há, de fato, muitas vinganças justas, mas a verdade é que nenhuma vingança é justa.
Faixa 2
Esses dias li Love among the ruins (1953), uma novela distópica engraçadíssima do Evelyn Waugh, e fiquei pensando que os livros e filmes distópicos de hoje são quase sempre sérios demais. Até entendo essa pretensão a ser perturbadoramente profético, e tal, mas acho mesmo que anda faltando humor e a consciência de que a sátira é muito mais eficiente. Bem, talvez no Brasil os autores tenham medo de ser presos — aí eu entendo e não dá mesmo para julgar, não dá para julgar.
Faixa 3
Vi somente agora por indicação de amigos, mas que grande filme é Azor, de 2021 — um banqueiro suíço visita Buenos Aires em 1980, na ditadura, e é admirável demais toda a tensão e o suspense criados só por conversas recortadas, olhares e longos silêncios. Vejam, vejam.