Salman Rushdie morreu. Salman Rushdie não morreu. Salman Rushdie foi condenado à morte. Ela veio buscá-lo, lutaram, ele venceu. Por enquanto, nasceu de novo. Esta foi a segunda vez que isso acontece a Rushdie. Parece conversa de vampiro, mas é a pura realidade. No dia 11 de agosto de 2022, Salman Rushdie, aos 75 anos, foi esfaqueado 12 vezes em 27 segundos. Durante as primeiras horas após o ataque corria a notícia de sua morte. Mas ele sobreviveu, e fez mais: em 2023, publicou Faca, reflexões sobre um atentado (Companhia das Letras, 2024), relato franco do episódio - antes, durante e depois. Ler é sonhar pela mão de outrem, dizia Fernando Pessoa; nesse caso, ler é viver o pesadelo pela mão de um dos autores contemporâneos mais intrigantes. Para alguém que, como eu, entende melhor o mundo através da matemática, é necessário dividir as reflexões sobre as reflexões de Rushdie em partes: durante (dia 12 de agosto); antes (até dia 11 de agosto); depois (dia 13 de agosto até hoje), e o que ele aprendeu com isso tudo.
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