#UmEstrangeiroNaCâmara
O requerimento que enterrou mais uma tributação do governo foi feito por aquele deputado chamado de estrangeiro pela indígena do PSOL
Foi Kim Kataguiri quem assinou o requerimento que retirou da pauta a MP 1303 – mais um aumento de impostos travestido de compensação fiscal.
Mas a imprensa preferiu, na maior parte das notícias, nem mencionar o seu nome. O nome que precisa de destaque é outro: Tarcísio de Freitas.
É espantoso como, de um dia para o outro, Tarcísio passou a articular tudo sozinho. Ele não precisa apresentar requerimento, nem votar, nem liderar bloco. Foi o escolhido. E assim será, não sabemos por quanto tempo.
A MP foi apresentada como solução fiscal para compensar a perda de arrecadação com o fim do IOF sobre operações de crédito. O governo prometia tributar os ricos, como sempre, mas a tributação silenciosa ia afetar o cotidiano financeiro de todo mundo. Como sempre também.
A história para boi dormir envolvia também um destaque à tributação das bets. Que, mesmo depois de retirada do texto, continuou embalando o sono profundo do gado.
A proposta original previa alíquotas sobre a receita bruta das operadoras, com potencial de arrecadar R$ 5 bilhões. No entanto, o relator petista Carlos Zarattini substituiu a taxação por um programa soft de regularização retroativa, com adesão voluntária e tributação voltada só a valores enviados ao exterior. O que não só manteve tudo bem para as bets, como melhorou a situação para o setor.
Quando até Lindbergh Farias faz questão de anunciar, enfaticamente, que Tarcísio é que articulou tudo, é porque o PT tem todo o interesse de que seja este o nome nas manchetes. A polarização cenográfica é que mantém as coisas como estão.
Até o Nikolas, que “votou errado” a favor do governo, ganhou espaço nas manchetes.
Mas Kataguiri, o “deputado estrangeiro” que fez o requerimento, nem foi mencionado pela maior parte da imprensa.
Porque um deputado que trabalha é realmente tratado como um estrangeiro na Câmara.
Kataguiri é o único que faz alguma coisa.
Porque a Câmara não é lugar para quem quer trabalhar. Ainda mais em benefício do povo.