Há quatro anos que o inimigo dele é o universo, encoberto no meio da noite com as estrelas que não vão a lugar nenhum, pois o frio o alimenta no meio das florestas que serão devoradas pelo seu ritmo implacável e invisível. Não só as florestas, mas as cidades, as vilas, os bairros, as casas, as famílias – todas trancadas em seus lares, ou todas à espera para que ele enfim as leve para algum quarto na UTI ou algum leito hospitalar ou uma vala que será coberta por terra e cal. Ninguém sabe bem como chamá-lo porque ele pouco se importa com nomes. Às vezes chamam-no de vírus, apesar de que ele gosta mesmo de outra denominação – “peste”.
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