#VelórioElétrico
Eu te desejo muita luz em 2026, a Enel não.
Projeto Escurece São Paulo
A Enel conseguiu algo raro em São Paulo: unir esquerda, direita, centro, ateus, evangélicos, motoristas de Uber e gente que só queria esquentar o arroz. Todos no mesmo movimento espiritual: olhar pro teto escuro e perguntar “é sério isso de novo?”.
Não foi a primeira vez que eu fiquei sem energia elétrica em casa. Isso já aconteceu no ano passado e em 2023 também. Eu te digo: você perde a dignidade usando o banheiro no escuro.
Este ano, eu fiquei longas 52 horas sem energia elétrica. Cinquenta e duas! Tempo suficiente pra perder comida, paciência e qualquer fé na Enel enquanto prestadora de serviço. Me arrependo de ter ignorado os programas de sobrevivência da Discovery Channel nos áureos anos de TV por assinatura.
Nessas horas aí, aprendi que banho virou item de luxo. Tive que dormir em hotel não por glamour, mas pra fazer algo revolucionário: tomar banho. A luz acabou, mas a dignidade foi embora logo atrás, de mãos dadas com o roteador.
A geladeira entrou em coma induzido e virou peça decorativa que eu sequer enxergava! Precisei emprestar geladeira de terceiros pra salvar a comida. Ela foi mais bem tratada que eu. Afinal, ela foi de Uber, um serviço que ficou mais caro nessa semana por causa do caos na cidade.
Diante disso tudo, decidi acender uma vela. Não uma vela qualquer. Uma vela de 7 dias, porque o apagão foi longo. Mas eu queria mesmo ter acendido uma vela preta, em sinal de luto. Não pela falta de luz, mas pela morte simbólica da Enel como prestadora de serviço.
Era um momento solene. Um velório íntimo. A casa escura, a chama tremendo, e eu ali velando. Velando a comida que estragou. Velando o banho perdido. Velando a paciência. E, principalmente, velando a ideia de que alguém ainda controla esse serviço.
A Enel, claro, foi atenciosa! Explicou tudo com o mantra corporativo: “evento climático extremo”. Em São Paulo, hoje, isso inclui chuva, vento, árvore emocionada, folha rebelde e talvez um pombo espiritualmente carregado que resolveu transar num fio de alta tensão.
QUALQUER COISA vira desculpa pra desligar uma metrópole inteira. E o curioso é que a luz some, mas a conta chega acesa, pontual e cheia de energia...
Quando uma empresa te deixa 52 horas no escuro, o mínimo que você pode fazer é velar e começar a mudar a pergunta de “quando a luz volta?” pra “quantos apagões ainda são necessários pra alguém apertar o disjuntor da concessão?”.




Muito simples, a chave está com o governo federal. Que vai deixar sangrar para impactar a imagem do governo e prefeitura de São Paulo. Simples assim. Perverso mas eficaz. E um monte de gente vai atras
Chorei de rir! 😹
Oscar, dignidade é só uma palavra! 🏆👏🏻
A Enel tem o “ corpo fechado” , leia-se, uma concessão com o governo federal.