#vespeiro: Paulo Francis - O farrapo que (não) se encerrou
Porque o jornalista mais polêmico do Brasil foi um grande escritor - Parte 3
[Leia aqui a segunda parte do ensaio]
A imitação de Ícaro é um destino comum no Brasil, um país que age como a porca que come os seus filhos. Além de dois volumes autobiográficos – O afeto que se encerra e Trinta anos esta noite –, Paulo Francis publicou dois volumes de ensaios (Opinião Pessoal [1966] e Certezas da Dúvida [1970]), escreveu dezenas de prefácios e milhares de colunas. Ele defendeu sua obra de ficção com unhas e dentes, alegando que tinha criado um delírio e deveria ser interpretado como tal, mas não tinha jeito: para seus colegas, os romances eram muito ruins e tal sentença foi uma condenação ao esquecimento.