Ninguém mais se lembra, mas certa vez o ex-ministro Nelson Jobim disse que não tomava nenhuma decisão política ou financeira importante antes de consultar a mulher.
Nada mudou desde então.
O fluxo de caixa familiar dos supremíssimos continua sendo gerenciado pelas esposas.
Mês passado o Metrópoles trouxe a notícia de que a família do ministro Barroso tem um imóvel de 22 milhões de reais registrado numa offshore na Florida.
Por enquanto, se safou da Magnitsky. E também dos questionamentos sobre o sucesso empresarial das digníssimas cônjuges de funcionários públicos.
Ontem foi a vez dos bens imobiliários de Alexandre de Moraes caírem na malha fina da Magnitsky.
O governo Trump sancionou Xandona, esposa de Xandão, e a “holding familiar” milionária comandada por ela.
Ao todo são 11 imóveis, incluindo a casa da família em São Paulo, no bairro dos Jardins, um escritório de advocacia e mais 2 apartamentos luxuosos em Campos do Jordão, avaliados em 7 milhões de reais cada um.
A propaganda do condomínio tem aqueles textos cheios de adjetivos megalomaníacos que muito agradam a nova elite dirigente latino-americana.
“O apartamento dispõe de uma espaçosa e aconchegante sala com três ambientes, pé-direito duplo e lareira, cozinha, áreas de serviço, cinco suítes, sistema de calefação, piso e toalheiros aquecidos nos banheiros, sistema de aspiração de pó central, persianas automatizadas por controle remoto, ampla varanda gourmet, sacada, seis vagas na garagem.
E ainda garante, com destaque em negrito:
“A área de lazer do condomínio é a mais completa e de alto padrão em Campos do Jordão.
A gente acredita!
E a descrição continua:
“Com sauna seca e a vapor, espaço gourmet, adega temática individualizada, salão de jogos nobres, espaço kids, espaço fitness, sala de massagem, jardim zen para seus momentos de meditação e spa com hidromassagem, totalizando 449,6 metros de área comum”.
A inteligência artificial me disse que jogos nobres são os clássicos da Nintendo.
Mas minha esposa, que é quem manda mesmo aqui em casa, me esclareceu que nobres são os jogos clássicos de tabuleiro como xadrez e gamão – embora a história ficasse muito mais coerente numa partida de Banco Imobiliário.
Porque, no Brasil, o concurso é público, o salário, fixo, mas os lucros são sempre variáveis.
O Brasil foi sequestrado pela elite do funcionalismo público.
E a gente paga o resgate todo mês, sem piedade e ainda temos 51% da população com síndrome de Estocolmo.
Que vergonha do nosso Brasil.
Elas mandam na bufunfa, mas também podem mandar para a cadeia, se assim quiserem.