#YomKippurÉHoje
Algumas curiosidades sobre a data mais importante do calendário judaico.
Maurice Gottlieb - “Judeus orando na sinagoga durante Yom Kippur” (1878)
Ao surgir da primeira estrela no céu desta sexta-feira, começa no mundo inteiro a celebração de Yom Kippur, o Dia do Perdão ou da Expiação. É a data mais sagrada para os judeus, e é marcada pela realização de um jejum total de 25 horas, além de longas orações nas sinagogas.
Segundo a tradição religiosa, no Rosh Hashaná (“Cabeça do Ano”, mais conhecido como o ano novo judaico), Deus julgou a Humanidade e registrou sua sentença no Grande Livro da Vida, mas ofereceu um período de reflexão de dez dias para os pecadores se arrependerem. Daí o nome da efeméride: Yom = Dia e Kippur = Expiação ou Purificação.
Os dez dias que separam o Rosh Hashaná do Yom Kippur correspondem aos últimos 10 dos 40 dias em que Moisés esteve no alto do Monte Sinai, recebendo a segunda tábua da Lei.
Além do jejum completo, costuma-se não tomar banho, não usar perfumes nem cosméticos, não vestir nenhum artigo de couro (material resultante da morte de um animal) nem se deve manter relações sexuais. Além disso, não se pode carregar objetos, acender chamas e usar eletricidade.
O ritual de Yom Kippur começa com um canto chamado Kol Nidrei (“Todos os Votos”), uma prece que enfatiza a importância de cumprir os votos e de não violar juramentos. Trata-se de uma melodia com mais de mil anos de existência, e que ja foi rearranjada e regravada por todos os estilos musicais. Outra parte fundamental do ritual de Yom Kippur é a Ne’ilá, o momento mais solene e que marca o fim dos rituais. A Arca que guarda os rolos da Torá tem suas portas abertas, representando a abertura dos portões do Céu. O Shofar (trombeta feita de um chifre de carneiro) é então soado num longo toque, e o Yom Kipur é concluído com o voto de: "No próximo ano em Jerusalém".
Perfeito, Victor. Se posso acrescentar uma pontinha, a música "Who by Fire" de Leonard Cohen é inspirada na reza principal que repetimos várias vezes nessas 25 horas. Recomendo. E para o cidadão aí abaixo (bem abaixo) que acha isso informação inútil, que tal contribuir com informação útil, para variar? Será que você tem alguma para compartilhar aqui? Que sejamos todos inscritos no Livro da Vida.
Victor, obrigado pelas explicações.
Eu me lembro do que escritor judeu-gaúcho Moacyr Sinclair escreveu, certa vez, que alguns povo legaram construções fabulosas como os romanos e egípcios, mas os judeus legaram apenas - e tão-somente - um livro, mas que livro!!!
Acho que Moacyr não disse tudo porque os judeus legaram não somente um livro maravilhoso, mas uma tradição de pensamento livre, de crítica aberta e sincera contra os tabus que serve de substrato para as sociedades democráticas do tempo presente. Defender o povo judaico significa proteger tal legado contra os bárbaros que hoje querem destrui-lo.
Vida longa (e eterna) ao povo judeu!