Quanto mais opressor é o ambiente mais se pode distinguir a liberdade. Boécio, preso injustamente, escreveu a Consolação da Filosofia enquanto sofria torturas. Navalny estava no gulag, mas não era o gulag...
O fato do primeiro vídeo em questão fazer parte do Grammy já é algo que abre uma perspectiva questionável sobre essa ideia de “colocar as diferenças à parte”. Afinal , essa premiação tem um longo histórico de contribuição para o que de pior a arte americana tem produzido, além de seu óbvio compromisso com a agenda woke.
Ainda assim é possível a fruição da belíssima canção, bem como do dueto aparentemente tão bem intencionado.
Agora, diante da cara patética de choro coreografado dos jurados do segundo vídeo, honestamente , não há como segurar a ânsia de vômito. Até porque, ao encenar/enquadrar sua dor, que parecia mais endereçada para a câmera do que para qualquer vítima, os jurados estão justamente tentando manipular uma das coisas que nos torna humanos: os sentimentos de dor sincera pela dor do outro.
Oi. Excelente. A música foi bem lembrada como capaz de criar uma atmosfera de convívio entre opostos (polarizados). Aqui no sul as torcidas são polarizadas e competem entre si no Grenal mas passam o ano inteiro tirando sarro um do outro. Já ouvi de alguém que teríamos aí um bom caso para estudo do convívio possível entre adversários, opostos, diferentes ou sei lá que mais palavras dispomos para isso. Abraço
Pois é, é incrível que ainda haja gente brigando por futebol. Sempre me pergunto se as "torcidas violentas" gostariam que só existisse o time delas. Aí não haveria jogo nem campeonato, então, pra mim é incompreensível. Feliz de quem tem torcidas que sabem conviver em harmonia!
O time que torço tem uma das torcidas mais violentas em São Paulo (sou corintiana).
Eu morei em Moscou no final da era soviética (1986-1992). Estudei na Universidade Estadual de Moscou (Lomonosov), a melhor da URSS. Um amigo espanhol descrevia assim o comportamento do estudante soviético: “se o professor fala que para aprovar o curso o aluno precisa receber um forte chute na bunda, o estudante aceita sem perguntar ou reclamar”.
Provavelmente décadas de políticas de terror, somado a terrível quantidade de mortes na grande guerra pátria, tem tornado aos russos num povo com medo e, ao mesmo tempo, apático quando se refere à morte. Por exemplo, no primeiro ano vi uma pessoa atropelada numa grande avenida, apenas os estrangeiros no ônibus reagiram (coitado!), os russos nem olharam e na rua a gente passava ao lado do cadáver sem parar para olhar o cobrir o corpo.
Os propagandistas de Putin são bastante ativos, e muita gente pouco esclarecida acredita na narrativa deles (30% dos russos acreditam que o sol da volta ao redor da terra). Os que tem opinião contraria, são chamados de “agentes estrangeiros” e suas publicações têm sem que ter um parágrafo inteiro explicando este fato (este material está produzido... por um agente estrangeiro). Assim são desacreditados para a opinião pública.
Então acho difícil que os russos tenham uma reação as atrocidades cometias pelo seu exército, que seja semelhante ao dos americanos ao ver o que acontecia em Vietnã. A imolação de Navalny, possivelmente, não tenha efeitos no curto prazo.
Mesmo assim, Putin está com medo. Impedirá a qualquer custo um sepultamento público com homenagens ao opositor.
Há muito tenho percebido que no "macro" as coisas vão piorar até ficarem insustentáveis mas ainda creio que dentro de um "micro-espaço" é possível se nutrir de coisas agradáveis e autênticas. Já estou no lucro de não ter que conviver de muito perto com militantes ou pessoas com apreço por político na minha rotina semanal.
Quando o jornalista europeu demonstrou ser incapacitado para seu exercício profissional ao ter violentado o cientista judeu Nathan Sharansky, carimbado como dissidente por Putin, perguntando-lhe candidamente por que o jornalista Alexei Navalny, depois de ter sido envenenado pelo autocrata russo, decidira voltar para seu país, onde acabou sendo morto pelo amigão de Pingão (que Reinaldo Azevedo jura que não é corrupto (!!!!)), ganhou como resposta de Sharansky que o infeliz não estava entendo nada.
Quando um jornalista tem oportunidade de entrevistar ninguém menos do que um presidente da República acusado, com provas, de ter liderado um dos maiores escândalos de corrupção do mundo, ter sido condenado, preso, solto por reviravoltas jurídicas típicas de um Bananal, eleito presidente por um triz, estar no poder, seu governo ser um indiscutível desastre, e opta por promover um papo amigo (regado a muita cerveja metafórica presente) a ponto de ter elogiado seu chapa, contrariando FATOS, tentando emplacar a piada de que o dito cujo não estaria se comportando de modo "onipotente" (!!!) como sua trajetória hoje lhe permitiria, tal jornalista está entendendo alguma coisa ou se fazendo de idiota?
Não, não precisa responder pois a pergunta foi meramente retórica.
"Quando eu estava na prisão, descobri que, além da lei universal da gravidade das partículas, há também a lei universal da gravidade das almas. Ao permanecer como um homem livre na prisão, Alexei, você também influencia as almas de milhões de pessoas por todo o mundo”. [grifos nossos]'- E assim, aquele que permanece livre na prisão, alcançou o que se espera de um humano.
Duro não dar um pouco de espaço ao "pieguismo" ao ler este texto. Uma lágrima brota e logo é recolhida, pois o momento exige racionalismo "fino". Como é duro ter que se admitir que um texto quase niilista é repleto de verdade e razão. Como chegamos a isto? Penso em várias razões e deve haver milhares de outras... tudo, no fundo, deve ter um propósito, eu acho. Enfim, que a misericórdia de Deus nos alcance na hora certa, no momento final. Por ora, obrigado pelo texto e o que ele motiva ou relembra das reflexões que realmente devem importar em tempos tão "bicudos". Obrigado.
Quanto mais opressor é o ambiente mais se pode distinguir a liberdade. Boécio, preso injustamente, escreveu a Consolação da Filosofia enquanto sofria torturas. Navalny estava no gulag, mas não era o gulag...
O fato do primeiro vídeo em questão fazer parte do Grammy já é algo que abre uma perspectiva questionável sobre essa ideia de “colocar as diferenças à parte”. Afinal , essa premiação tem um longo histórico de contribuição para o que de pior a arte americana tem produzido, além de seu óbvio compromisso com a agenda woke.
Ainda assim é possível a fruição da belíssima canção, bem como do dueto aparentemente tão bem intencionado.
Agora, diante da cara patética de choro coreografado dos jurados do segundo vídeo, honestamente , não há como segurar a ânsia de vômito. Até porque, ao encenar/enquadrar sua dor, que parecia mais endereçada para a câmera do que para qualquer vítima, os jurados estão justamente tentando manipular uma das coisas que nos torna humanos: os sentimentos de dor sincera pela dor do outro.
Oi. Excelente. A música foi bem lembrada como capaz de criar uma atmosfera de convívio entre opostos (polarizados). Aqui no sul as torcidas são polarizadas e competem entre si no Grenal mas passam o ano inteiro tirando sarro um do outro. Já ouvi de alguém que teríamos aí um bom caso para estudo do convívio possível entre adversários, opostos, diferentes ou sei lá que mais palavras dispomos para isso. Abraço
Pois é, é incrível que ainda haja gente brigando por futebol. Sempre me pergunto se as "torcidas violentas" gostariam que só existisse o time delas. Aí não haveria jogo nem campeonato, então, pra mim é incompreensível. Feliz de quem tem torcidas que sabem conviver em harmonia!
O time que torço tem uma das torcidas mais violentas em São Paulo (sou corintiana).
Eu morei em Moscou no final da era soviética (1986-1992). Estudei na Universidade Estadual de Moscou (Lomonosov), a melhor da URSS. Um amigo espanhol descrevia assim o comportamento do estudante soviético: “se o professor fala que para aprovar o curso o aluno precisa receber um forte chute na bunda, o estudante aceita sem perguntar ou reclamar”.
Provavelmente décadas de políticas de terror, somado a terrível quantidade de mortes na grande guerra pátria, tem tornado aos russos num povo com medo e, ao mesmo tempo, apático quando se refere à morte. Por exemplo, no primeiro ano vi uma pessoa atropelada numa grande avenida, apenas os estrangeiros no ônibus reagiram (coitado!), os russos nem olharam e na rua a gente passava ao lado do cadáver sem parar para olhar o cobrir o corpo.
Os propagandistas de Putin são bastante ativos, e muita gente pouco esclarecida acredita na narrativa deles (30% dos russos acreditam que o sol da volta ao redor da terra). Os que tem opinião contraria, são chamados de “agentes estrangeiros” e suas publicações têm sem que ter um parágrafo inteiro explicando este fato (este material está produzido... por um agente estrangeiro). Assim são desacreditados para a opinião pública.
Então acho difícil que os russos tenham uma reação as atrocidades cometias pelo seu exército, que seja semelhante ao dos americanos ao ver o que acontecia em Vietnã. A imolação de Navalny, possivelmente, não tenha efeitos no curto prazo.
Mesmo assim, Putin está com medo. Impedirá a qualquer custo um sepultamento público com homenagens ao opositor.
Há muito tenho percebido que no "macro" as coisas vão piorar até ficarem insustentáveis mas ainda creio que dentro de um "micro-espaço" é possível se nutrir de coisas agradáveis e autênticas. Já estou no lucro de não ter que conviver de muito perto com militantes ou pessoas com apreço por político na minha rotina semanal.
Quando o jornalista europeu demonstrou ser incapacitado para seu exercício profissional ao ter violentado o cientista judeu Nathan Sharansky, carimbado como dissidente por Putin, perguntando-lhe candidamente por que o jornalista Alexei Navalny, depois de ter sido envenenado pelo autocrata russo, decidira voltar para seu país, onde acabou sendo morto pelo amigão de Pingão (que Reinaldo Azevedo jura que não é corrupto (!!!!)), ganhou como resposta de Sharansky que o infeliz não estava entendo nada.
Quando um jornalista tem oportunidade de entrevistar ninguém menos do que um presidente da República acusado, com provas, de ter liderado um dos maiores escândalos de corrupção do mundo, ter sido condenado, preso, solto por reviravoltas jurídicas típicas de um Bananal, eleito presidente por um triz, estar no poder, seu governo ser um indiscutível desastre, e opta por promover um papo amigo (regado a muita cerveja metafórica presente) a ponto de ter elogiado seu chapa, contrariando FATOS, tentando emplacar a piada de que o dito cujo não estaria se comportando de modo "onipotente" (!!!) como sua trajetória hoje lhe permitiria, tal jornalista está entendendo alguma coisa ou se fazendo de idiota?
Não, não precisa responder pois a pergunta foi meramente retórica.
Sharansky, eu te entendo.
Waaaaaallllllllll!
Concordo com tudo que disse, querido "estagiário"!
Ele sempre soube como seria e, não voltar, teria sido o suicídio de sua alma!
Ele salvou a liberdade de sua alma, seu corpo foi o preço!
É muito triste saber que mesmo assim, a mudança almejada em seu país e no mundo (veja o Brasil como está) está muito distante!
Demais! Estou aos prantos! Sem condições de responder nada agora! Me perdoem!
"Quando eu estava na prisão, descobri que, além da lei universal da gravidade das partículas, há também a lei universal da gravidade das almas. Ao permanecer como um homem livre na prisão, Alexei, você também influencia as almas de milhões de pessoas por todo o mundo”. [grifos nossos]'- E assim, aquele que permanece livre na prisão, alcançou o que se espera de um humano.
Duro não dar um pouco de espaço ao "pieguismo" ao ler este texto. Uma lágrima brota e logo é recolhida, pois o momento exige racionalismo "fino". Como é duro ter que se admitir que um texto quase niilista é repleto de verdade e razão. Como chegamos a isto? Penso em várias razões e deve haver milhares de outras... tudo, no fundo, deve ter um propósito, eu acho. Enfim, que a misericórdia de Deus nos alcance na hora certa, no momento final. Por ora, obrigado pelo texto e o que ele motiva ou relembra das reflexões que realmente devem importar em tempos tão "bicudos". Obrigado.
Pode contratar os estagiários! Excelente.
Sensacional o texto!
A ideia sobre a liberdade interior ser superior a qualquer tipo de liberdade exterior é instigante e inspiradora.
Excelente! #SomosTodosNavalny (todos, exceto os mal-intencionados, os oportunistas e os idiotas úteis da Agitprop Lulaputinista).
O estrangeiro de Camus... a verdadeira liberdade está no pensamento e isso ninguém pode tirar
Mas aqui na terra brasilis está difícil alcançar a unidade. Difícil.