Acho que os escândalos de corrupção é que não acontecerão por um looongo tempo... já que a corrupção é o modo de funcionamento aceito e legitimado das instituições..
Comentei hoje que vivemos num eterno círculo vicioso, é uma vergonha um verme com o Zé Dirceu circular livremente e ainda fazer discursos no congresso.
Depois de 19 anos, ex-ministro de Lula, que tenta reabilitação política, usou a tribuna do Senado para defender ações do Legislativo para limitar a atuação das Forças Armadas
Condenado pelo mensalão e em desdobramentos da Operação Lava Jato, o ex-ministro José Dirceu voltou ao Congresso Nacional nesta terça-feira, 2, depois de 19 anos. Durante sessão em defesa da democracia, o “homem forte” dos governos Lula defendeu o avanço de propostas para limitar as Forças Armadas.
Segundo o petista, é preciso “despolitizar” os quartéis para que episódios como o golpe militar de 1964 e os atos terroristas do 8 de janeiro não se repitam. “O Supremo Tribunal Federal já adotou uma decisão que não há poder moderador. O artigo 142, já por interpretação do próprio Supremo, não dá as forças armadas nenhum papel político”, disse Dirceu.
A última vez em que Dirceu esteve no Congresso foi em 2005, quando teve o seu mandato cassado pelo plenário da Câmara em meio ao escândalo do mensalão. A volta do ex-ministro ao local ocorreu a convite do líder do governo Lula (PT) no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).
Já que Dirceu, como se pudesse, inventou pontificar no Congresso sobre limitação da atuação das Forças Armadas, vamos então falar de coisa séria mesmo. 👇
Em O Antagonista em 02/04/24:
Interpretar a Constituição não basta
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira, 1º, contra a tese de que as Forças Armadas podem desempenhar um “poder moderador” no Brasil, amparadas no artigo 142 da Constituição. A pergunta é se isso basta para afastar definitivamente o perigo que esse artigo representa para a democracia brasileira. E a resposta é um retumbante “não”.
Diga o que disser o STF, uma multidão de militares e eleitores continuará acreditando que a interpretação da corte é ilegítima e que a leitura que eles fazem do “um quatro dois” é a única verdadeira: há espaço para que as Forças Armadas intervenham na política e na ordem institucional “dentro das quatro linhas”.
Apresento três razões para que seja assim
Teóricos do golpe
A primeira é que nos últimos anos alguns juristas se prestaram ao serviço sujo de endossar a teoria do “poder moderador”. Refiro-me em particular a Ives Gandra Martins Filho, que discorreu sobre o assunto em vídeos na internet e aparece citado em mensagens do celular de Mauro Cid como um dos provedores de argumentos para a plastificação jurídica do golpe que Bolsonaro sonhou em dar.
Já escrevi que Ives Gandra é o nosso Carl Schmitt inzoneiro. Esse último, um jurista que nutria considerável desprezo pelas sociedades liberais, acabou sendo um dos intelectuais de estimação do regime nazista.
A segunda razão é que muitos militares não apenas acreditam na ideia de que as Forças Armadas têm uma “missão de segurança interna em defesa da democracia”, como também se enxergam como última trincheira contra aqueles que pretendem impedi-las de exercer essa função.
Orvil
A frase entre aspas no parágrafo anterior foi tirada o Orvil, livro que fez a cabeça de Bolsonaro e de muitos militares como ele. O texto foi redigido na segunda metade dos anos 1980 por encomenda do general Leônidas Pires Gonçalves, que chegou a ser cotado para a sucessão de João Batista Figueiredo, não tivesse sido esse o último presidente da ditadura militar.
Gonçalves acompanhou de perto a redação do artigo 142 na constituinte de 1988, bafejando no cangote do seu relator, o então deputado Fernando Henrique Cardoso. Transmitiu a muitos militares e a todos que bebem na fonte do Orvil a certeza de que a Constituição atribui, sim, um poder moderador às Forças Armadas, quando diz que elas devem atuar na “garantia dos poderes constitucionais”.
A noção de que uma Constituição como a de 1988, redigida para pôr fim a um regime autoritário, poderia prever um roteiro para a dissolução da democracia é ridícula. A interpretação do artigo 142 que o STF está pronto a firmar sem dúvida nenhuma é a única possível.
O problema é o desgaste da legitimidade da corte – a terceira razão por que o julgamento não basta para pôr a democracia brasileira a salvo desse tipo insidioso de ameaça.
O papel do Congresso
Quando o STF diz que os militares não têm poder moderador, cristaliza-se ainda mais a certeza contrária no coração e no cérebro dos potenciais golpistas. Interferir no Supremo é um dos principais motores das fantasias de ruptura e subversão da ordem do bolsonarismo.
Assim, não basta interpretar a Constituição: é preciso mudá-la.
Para essa tarefa deveriam se apresentar os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.
É verdade que eles nunca deram nenhuma esperança a Bolsonaro de que o apoiariam numa aventura autoritária. Mas o momento exige mais. Está errado quem acha que as tentações antidemocráticas sumiram do horizonte. O bolsonarismo não está morto. E nenhuma contribuição política e institucional seria mais relevante do que extirpar da Constituição essas poucas palavras onde o golpismo se agarra. Mas Cínico e Sonso não parecem ter coragem para isso.
Só pra não deixar passar a data, mas é importante lembrar dois grandes presidentes da República neste 31 de março, data do golpe.
Fernando Henrique Cardoso e Jair Bolsonaro.
O primeiro colocou os militares sob ordem dos civis e cortou até onde pôde os privilégios (pensão pra filha solteira foi extinto em 2001, por exemplo). O segundo desmoralizou o pouco que restava de moral as Forças Armadas.
Hoje em dia não há uma viva alma neste país que olhe para os militares como figuras inteligentes.
Quando se trata de Zé Dirceu, estamos falando de um estrategista mais eficiente que todos os participantes do atual governo
👇
José Dirceu está de volta ao cenário político definitivamente. Foi recebido com pompa e circunstância na mesma Câmara dos Deputados que o tocou de lá há quase 20 anos. Não é qualquer coisa, pode mudar o destino do governo Lula.
Estamos falando de um estrategista mais eficiente que todos os participantes do atual governo. Ele tem uma visão de mais dois mandatos para o PT e assinala que o partido não venceu apenas uma eleição, chegou ao poder. São coisas diferentes. Quem entende de política já sabe o que ele quer dizer.
A situação da volta de Dirceu é confortável. Não houve revolta popular contra ele e nem a imprensa bateu muito. Fora uns poucos moicanos, ou se tratou como a coisa mais normal do mundo ou nem se noticiou. Ele reaparece no momento em que a história da Lava Jato está sendo reescrita. Daqui a pouco, vão reescrever também a do Mensalão.
O povo sabe o que ocorreu, os vídeos estão aí. Mas a história oficial parece ser outra e parte do jornalismo reproduz a narrativa como se fosse verídica.
O eleitorado brasileiro, diante desse tipo de fato, oscila entre duas posições. A primeira é a passividade, perguntar o que pode fazer, alegar que nada pode fazer diante dos desmandos dos poderosos. A outra é começar a se interessar por política mas fazer de uma maneira tão emocional e despreparada que bota tudo a perder.
A situação da volta de Dirceu é confortável. Não houve revolta popular contra ele e nem a imprensa bateu muito. Fora uns poucos moicanos, ou se tratou como a coisa mais normal do mundo ou nem se noticiou. Ele reaparece no momento em que a história da Lava Jato está sendo reescrita. Daqui a pouco, vão reescrever também a do Mensalão.
O povo sabe o que ocorreu, os vídeos estão aí. Mas a história oficial parece ser outra e parte do jornalismo reproduz a narrativa como se fosse verídica.
O eleitorado brasileiro, diante desse tipo de fato, oscila entre duas posições. A primeira é a passividade, perguntar o que pode fazer, alegar que nada pode fazer diante dos desmandos dos poderosos. A outra é começar a se interessar por política mas fazer de uma maneira tão emocional e despreparada que bota tudo a perder.
Muita gente que começou a se interessar por política sabe tão pouco do assunto que é incapaz de perceber o quanto não domina. Acontece com vários temas. Quando nada sabemos e aprendemos só um pouquinho, imaginamos entender do que se trata. Já se resolvemos estudar mais, todo um universo se descortina e começamos a perceber o quanto nos falta para dominar o tema.
É por não entender nada de política mas achar que entende que o brasileiro oscila entre populismos. Imagina que, diante da malignidade de um populista, só outro do mesmo tamanho pode combater. Isso não existe. Um populista não combate o outro, o populismo só fortalece o populismo, que é o avesso da democracia.
Exatamente por acreditar em populistas estamos aqui. A nossa democracia é cada vez mais aliada das ditaduras. A história recente está sendo reescrita para blindar corruptos e punir quem os processou. Continuar fazendo as mesmas coisas com relação aos políticos não vai nos dar resultados diferentes.
- 2005: pede demissão do cargo de ministro do gov Lula acusado de corrupção nos Correios e outras estatais
- 2005: cassado por quebra de decoro parlamentar, o placar da votação foi 293 votos a favor da cassação e 192 contra e se torna inelegível
- 2006: denunciado ao Supremo Tribunal Federal por crimes como corrupção ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato no mensalão
- 2012: condenado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa no processo conhecido como Mensalão
- 2015: preso na 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Pixuleco, acusado de envolvimento no escândalo de corrupção na estatal Petrobras
- 2015: indiciado pela PF pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
- 2016: indiciado pela terceira vez na Operação Lava Jato, desta vez por crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
- 2016: condenado a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro na operação Lava Jato
- 2016: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) cancela o registro de advogado de José Dirceu
- 2017: TRF4 aumenta a pena imposta pelo juiz Sérgio Moro na primeira instância
- 2017: condenado a 11 anos e três meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
- 2019: preso pela quarta vez, para cumprir pena na sua segunda condenação
não há uma viva alma no país com uma biografia mais brilhante para falar sobre defesa da democracia e revolução social no Brasil #OBrazilVoltou
Acho que os escândalos de corrupção é que não acontecerão por um looongo tempo... já que a corrupção é o modo de funcionamento aceito e legitimado das instituições..
E depois do que aconteceu aos membros da Lava jato, não creio que alguém dentro do Ministério Público queira investigar a fundo casos de corrupção.
Exato.
Mais um caso de vergonha nacional .....que horror este cidadão !!!!!FORA DIRCEU
Esses jovens de outrora querem levar o Brasil para o túmulo com eles.
Comentei hoje que vivemos num eterno círculo vicioso, é uma vergonha um verme com o Zé Dirceu circular livremente e ainda fazer discursos no congresso.
Somo um povinho morando no bananal. Merecemos!
Erva ruim geada não mata, sei não viu. Matusalém Sarney que o diga, 🤦
É uma vergonha. O pior foi ter que ouvir a voz de ele e os aplausos que recebeu.
Não subestime a capacidade dele de cometer delitos.
Nem a capacidade de sobrevivência. Minha mãe costumava dizer que vaso ruim não quebra.
É a Bananalândia há décadas vivendo o Dia da Marmota.
Não se esqueça que tem descendentes, que farão jus ao seu quinhão, neste país de capitanias hereditárias.
Nicia fique tranquila, o filho Zeca Dirceu não é 5% do pai! Nem isso
Nosso único azar é que há sempre um novo Zé surgindo (ou Zeca)
Vergonhoso, triste!
Esse é o mais perigoso deles!
Pode falar o que quiser desse mentecapto, mas coragem ele tem!
Santo André sabe muito bem!
Ele e os mecânicos de avião da CUT. Roger Agnelli e Eduardo Campos que o digam.
Também Victor!
Esse sujeito é perigoso!
não sei não, a sede desse povo por mais dinheiro é infinita...
Seu otimismo me comove, Diogo.
nao sabemos , ladrao vive ate aos 100 anos
O Brasil acolhe e embala corruptores em nome da democracia, essa coitada vilipendiada constantemente.
Em O Antagonista em 02/04/24:
Volta de Dirceu prova o atraso do Brasil
Depois de 19 anos, ex-ministro de Lula, que tenta reabilitação política, usou a tribuna do Senado para defender ações do Legislativo para limitar a atuação das Forças Armadas
Condenado pelo mensalão e em desdobramentos da Operação Lava Jato, o ex-ministro José Dirceu voltou ao Congresso Nacional nesta terça-feira, 2, depois de 19 anos. Durante sessão em defesa da democracia, o “homem forte” dos governos Lula defendeu o avanço de propostas para limitar as Forças Armadas.
Segundo o petista, é preciso “despolitizar” os quartéis para que episódios como o golpe militar de 1964 e os atos terroristas do 8 de janeiro não se repitam. “O Supremo Tribunal Federal já adotou uma decisão que não há poder moderador. O artigo 142, já por interpretação do próprio Supremo, não dá as forças armadas nenhum papel político”, disse Dirceu.
A última vez em que Dirceu esteve no Congresso foi em 2005, quando teve o seu mandato cassado pelo plenário da Câmara em meio ao escândalo do mensalão. A volta do ex-ministro ao local ocorreu a convite do líder do governo Lula (PT) no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).
Felipe Moura Brasil e Carlos Graieb comentam em:
https://youtu.be/GW8zce11GYU?si=K-2Ysh-Qq8TIR65r
Já que Dirceu, como se pudesse, inventou pontificar no Congresso sobre limitação da atuação das Forças Armadas, vamos então falar de coisa séria mesmo. 👇
Em O Antagonista em 02/04/24:
Interpretar a Constituição não basta
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira, 1º, contra a tese de que as Forças Armadas podem desempenhar um “poder moderador” no Brasil, amparadas no artigo 142 da Constituição. A pergunta é se isso basta para afastar definitivamente o perigo que esse artigo representa para a democracia brasileira. E a resposta é um retumbante “não”.
Diga o que disser o STF, uma multidão de militares e eleitores continuará acreditando que a interpretação da corte é ilegítima e que a leitura que eles fazem do “um quatro dois” é a única verdadeira: há espaço para que as Forças Armadas intervenham na política e na ordem institucional “dentro das quatro linhas”.
Apresento três razões para que seja assim
Teóricos do golpe
A primeira é que nos últimos anos alguns juristas se prestaram ao serviço sujo de endossar a teoria do “poder moderador”. Refiro-me em particular a Ives Gandra Martins Filho, que discorreu sobre o assunto em vídeos na internet e aparece citado em mensagens do celular de Mauro Cid como um dos provedores de argumentos para a plastificação jurídica do golpe que Bolsonaro sonhou em dar.
Já escrevi que Ives Gandra é o nosso Carl Schmitt inzoneiro. Esse último, um jurista que nutria considerável desprezo pelas sociedades liberais, acabou sendo um dos intelectuais de estimação do regime nazista.
A segunda razão é que muitos militares não apenas acreditam na ideia de que as Forças Armadas têm uma “missão de segurança interna em defesa da democracia”, como também se enxergam como última trincheira contra aqueles que pretendem impedi-las de exercer essa função.
Orvil
A frase entre aspas no parágrafo anterior foi tirada o Orvil, livro que fez a cabeça de Bolsonaro e de muitos militares como ele. O texto foi redigido na segunda metade dos anos 1980 por encomenda do general Leônidas Pires Gonçalves, que chegou a ser cotado para a sucessão de João Batista Figueiredo, não tivesse sido esse o último presidente da ditadura militar.
Gonçalves acompanhou de perto a redação do artigo 142 na constituinte de 1988, bafejando no cangote do seu relator, o então deputado Fernando Henrique Cardoso. Transmitiu a muitos militares e a todos que bebem na fonte do Orvil a certeza de que a Constituição atribui, sim, um poder moderador às Forças Armadas, quando diz que elas devem atuar na “garantia dos poderes constitucionais”.
A noção de que uma Constituição como a de 1988, redigida para pôr fim a um regime autoritário, poderia prever um roteiro para a dissolução da democracia é ridícula. A interpretação do artigo 142 que o STF está pronto a firmar sem dúvida nenhuma é a única possível.
O problema é o desgaste da legitimidade da corte – a terceira razão por que o julgamento não basta para pôr a democracia brasileira a salvo desse tipo insidioso de ameaça.
O papel do Congresso
Quando o STF diz que os militares não têm poder moderador, cristaliza-se ainda mais a certeza contrária no coração e no cérebro dos potenciais golpistas. Interferir no Supremo é um dos principais motores das fantasias de ruptura e subversão da ordem do bolsonarismo.
Assim, não basta interpretar a Constituição: é preciso mudá-la.
Para essa tarefa deveriam se apresentar os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.
É verdade que eles nunca deram nenhuma esperança a Bolsonaro de que o apoiariam numa aventura autoritária. Mas o momento exige mais. Está errado quem acha que as tentações antidemocráticas sumiram do horizonte. O bolsonarismo não está morto. E nenhuma contribuição política e institucional seria mais relevante do que extirpar da Constituição essas poucas palavras onde o golpismo se agarra. Mas Cínico e Sonso não parecem ter coragem para isso.
No Twitter em 02/04/24:
Só pra não deixar passar a data, mas é importante lembrar dois grandes presidentes da República neste 31 de março, data do golpe.
Fernando Henrique Cardoso e Jair Bolsonaro.
O primeiro colocou os militares sob ordem dos civis e cortou até onde pôde os privilégios (pensão pra filha solteira foi extinto em 2001, por exemplo). O segundo desmoralizou o pouco que restava de moral as Forças Armadas.
Hoje em dia não há uma viva alma neste país que olhe para os militares como figuras inteligentes.
XXXXXX
Pois é
Em O Antagonista em 03/04/24:
Retorno de Dirceu pode mudar o jogo para Lula
Quando se trata de Zé Dirceu, estamos falando de um estrategista mais eficiente que todos os participantes do atual governo
👇
José Dirceu está de volta ao cenário político definitivamente. Foi recebido com pompa e circunstância na mesma Câmara dos Deputados que o tocou de lá há quase 20 anos. Não é qualquer coisa, pode mudar o destino do governo Lula.
Estamos falando de um estrategista mais eficiente que todos os participantes do atual governo. Ele tem uma visão de mais dois mandatos para o PT e assinala que o partido não venceu apenas uma eleição, chegou ao poder. São coisas diferentes. Quem entende de política já sabe o que ele quer dizer.
A situação da volta de Dirceu é confortável. Não houve revolta popular contra ele e nem a imprensa bateu muito. Fora uns poucos moicanos, ou se tratou como a coisa mais normal do mundo ou nem se noticiou. Ele reaparece no momento em que a história da Lava Jato está sendo reescrita. Daqui a pouco, vão reescrever também a do Mensalão.
O povo sabe o que ocorreu, os vídeos estão aí. Mas a história oficial parece ser outra e parte do jornalismo reproduz a narrativa como se fosse verídica.
O eleitorado brasileiro, diante desse tipo de fato, oscila entre duas posições. A primeira é a passividade, perguntar o que pode fazer, alegar que nada pode fazer diante dos desmandos dos poderosos. A outra é começar a se interessar por política mas fazer de uma maneira tão emocional e despreparada que bota tudo a perder.
A situação da volta de Dirceu é confortável. Não houve revolta popular contra ele e nem a imprensa bateu muito. Fora uns poucos moicanos, ou se tratou como a coisa mais normal do mundo ou nem se noticiou. Ele reaparece no momento em que a história da Lava Jato está sendo reescrita. Daqui a pouco, vão reescrever também a do Mensalão.
O povo sabe o que ocorreu, os vídeos estão aí. Mas a história oficial parece ser outra e parte do jornalismo reproduz a narrativa como se fosse verídica.
O eleitorado brasileiro, diante desse tipo de fato, oscila entre duas posições. A primeira é a passividade, perguntar o que pode fazer, alegar que nada pode fazer diante dos desmandos dos poderosos. A outra é começar a se interessar por política mas fazer de uma maneira tão emocional e despreparada que bota tudo a perder.
Muita gente que começou a se interessar por política sabe tão pouco do assunto que é incapaz de perceber o quanto não domina. Acontece com vários temas. Quando nada sabemos e aprendemos só um pouquinho, imaginamos entender do que se trata. Já se resolvemos estudar mais, todo um universo se descortina e começamos a perceber o quanto nos falta para dominar o tema.
É por não entender nada de política mas achar que entende que o brasileiro oscila entre populismos. Imagina que, diante da malignidade de um populista, só outro do mesmo tamanho pode combater. Isso não existe. Um populista não combate o outro, o populismo só fortalece o populismo, que é o avesso da democracia.
Exatamente por acreditar em populistas estamos aqui. A nossa democracia é cada vez mais aliada das ditaduras. A história recente está sendo reescrita para blindar corruptos e punir quem os processou. Continuar fazendo as mesmas coisas com relação aos políticos não vai nos dar resultados diferentes.
Augusto de Franco (@augustodefranco) no Twitter em 04/04/24 comentando vídeo publicado em site de notícias. Primeiro a noticia:
“Nosso papel pra consolidar a democracia é fazer uma revolução social no Brasil”, diz José Dirceu no Senado.
Em ato pró-democracia, Dirceu retornou ao Congresso 19 anos após a cassação de seu mandato, em 2005
O comentário :
É exatamente o mesmo discurso de Fidel, no início. Assistam as duas falas. Primeiro Dirceu
https://twitter.com/Metropoles/status/1775196340433170713?s=19
Agora Fidel
https://twitter.com/augustodefranco/status/1775233878409502938?s=19
No Twitter em 03/04/24:
José Dirceu:
- 2005: pede demissão do cargo de ministro do gov Lula acusado de corrupção nos Correios e outras estatais
- 2005: cassado por quebra de decoro parlamentar, o placar da votação foi 293 votos a favor da cassação e 192 contra e se torna inelegível
- 2006: denunciado ao Supremo Tribunal Federal por crimes como corrupção ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato no mensalão
- 2012: condenado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa no processo conhecido como Mensalão
- 2015: preso na 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Pixuleco, acusado de envolvimento no escândalo de corrupção na estatal Petrobras
- 2015: indiciado pela PF pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
- 2016: indiciado pela terceira vez na Operação Lava Jato, desta vez por crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
- 2016: condenado a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro na operação Lava Jato
- 2016: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) cancela o registro de advogado de José Dirceu
- 2017: TRF4 aumenta a pena imposta pelo juiz Sérgio Moro na primeira instância
- 2017: condenado a 11 anos e três meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
- 2019: preso pela quarta vez, para cumprir pena na sua segunda condenação
não há uma viva alma no país com uma biografia mais brilhante para falar sobre defesa da democracia e revolução social no Brasil #OBrazilVoltou
Madeleine Lacsko (@madeleinelacsko) no Twitter em 02/04/24:
Precisamos entender uma coisa: gente rica e influente não fica presa e ponto final.
Pode ser político corrupto ou o cara que matou alguém atropelado