#CotaDeBurros
O problema das universidades brasileiras não é a falta de negros, mas o excesso de gente burra
Joel Pinheiro chegou atrasado no assunto. Todo mundo já opinou sobre o caso dos meninos pardos barrados no baile de gala da USP. Mas ainda faltava ouvir a sabedoria perene do mestre em filosofia. Ele teve bastante tempo para pensar em algo original. E também para propor alguma solução definitiva para o problema. Mas como Joel é previsível, surgiu apenas para falar banalidades.
Passei muito tempo no mercado editorial. Por isso tenho a mania de contar o número de toques. Foram 3.544. Inúteis como a frase “o Brasil é um país miscigenado, no qual a divisão da população no binarismo ‘brancos’ e ‘negros’ não dá conta da realidade”. Não me diga, Joel!
Eu ainda me surpreendo com o fato de a USP distribuir títulos de mestrado em Filosofia para quem não consegue formar um argumento com duas premissas, um termo médio e um conclusão.
Mas Joel é ousado. Ele quer marcar o seu nome para sempre no sagrado átrio da cultura diletante. Anuncia, portanto, que o “o número dos barrados anualmente [no sistema de cotas], junto com os casos de injustiça, mostram que o processo tem que melhorar”. Seria inacreditável se não viesse de uma mente cheia de privilégios como a de Joel.
O problema da universidade brasileira é a ideia de colocar todo mundo para dentro, sem se importar com o que farão quando estiverem do lado de fora.
Antes de pensar em cotas, seja para negros, pardos, orientais ou indígenas, o governo deveria cumprir sua obrigação constitucional de dar educação básica para todos.
As escolas públicas estão sucateadas. Os professores, endividados e viciados em remédios para depressão. Enquanto as particulares se especializaram em formar os inacreditáveis colunistas da Folha de São Paulo.
Bob Fields, mais um talento mijado ao vento pelos nossus puliticus, já havia dito muito tempo atrás: "a ignorância no Brasil tem um passado glorioso e um futuro promissor". Lembrando que com 100.000.000 pessoas sem saneamento, sendo criados na merda literal e intelectual, jamais atingirão seu potencial, não importa quanto dinheiro seja injetado em educação no Bananil. Vidas mijadas ao vento, como Bob Fields. O genocídio do qual não se fala no Brasil é o genocídio de futuros. Lembrando que o PT votou contra a lei de investimentos privados em saneamento, pra satisfação da imprensa bananeira. Mas minhas várias mudanças de país nos últimos 21 anos fora do Bananal acabei perdendo meu mais precioso papelote: a declaração DEFINITIVA de saída do Brasil. Me deu mais prazer do que todas as revistinhas suecas do mundo e os gibis do Zéfiro.
"O problema das universidades brasileiras não é a falta de negros, mas o excesso de gente burra"
Vou falar mais o que?