Para a mídia a ditadura Vargas não existiu. Transformaram o vilão no herói Pai dos Pobres que só pode existir enquanto houver uma Casta inferior para garantir a propriedade do Estado para as Cortes que se aboletam nos palácios.
O problema brasileiro reside na democracia populista que temos ainda atrelada a uma trajetória dependente de um passado patrimonialista-estatista. Antes de 1964, a era Vargas nos manteve nessa trajetória iliberal e de viés autoritário. Quem denuncia, por exemplo, a corrupção estatal - robusta na época de Vargas e ainda hoje - é apontado como inimigo das classes populares, moralista das elites, etc.
1964 vampirizou não só a memória recente, mas a história nacional inteira, que virou um faroeste maniqueísta no qual o único herói possível é o traficante dublê de revolucionário. Ou o burocrata corrupto com passagem pela luta armada. Vejam "Jogo das Decapitações", do cineasta Sergio Bianchi.
Aproveita, Volney! Sergio Bianchi é o nosso maior cronista audiovisual. Revejo "Cronicamente Inviável" pelo menos uma vez por ano. Acho que está no YouTube tbm.
O Brasil é incapaz de sair da UTI. Se saísse, político não seria necessário. E todo político é contra o combate à corrupção. A justiça não é cega! Instituições só funcionam 24hs para tramar mais saques ao erário. A cultura virou debate de melhor ovo de páscoa na capa de jornal. E a sociedade sempre possui um contrato social com uma agenda oculta pessoal pra poder sobreviver, ainda que seja pisar no terreno do outro salvando o seu. Tudo isso travestido de assuntos ao estilo “somos Família”. Faixa de pedestres? Passe por cima. Cobrar o outro? Cobre você, por aqui prefere-se manter a “amizade”. Escola pública ruim? Saúde ruim? Segurança ruim? Fuckoff. Pago o meu e o outro que se exploda. Falimos. distraídos .. Mesmerados ..Morremos.. Pesado? Volte ao script geleia geral: “Feliz Páscoa, Família”, ao estilo podcast Flow (urgh). E depois R.I.P.
Desde a redemocratização a "inteligência pública" tenta, a todo custo, tornar o golpe de 64 um trauma coletivo da nação. Mas ele não é, nunca será. Inclusive, uma parte considerável do povo ou sente saudades daquele tempo (os velhos o suficiente) ou "autoriza" um novo golpe, talvez por ignorância ou pura e simples vileza.
O fato é que, se o regime democrático tivesse sido minimamente bem sucedido na gestão pública e no desenvolvimento do país (leia-se, deixarmos de ser um bananal do cu do mundo), o coro golpista seria restrito a meia dúzia de louquinhos. Mas como foram (e são) cafajestes, ladrões e incompetentes, a solução golpista continua a pairar como uma carta na manga.
Penso, logo existo. São conclusões óbvias. Embora que, como Estatal, os lucros da Petrobras poderiam em tese servir aos cofres do governo, mas a corrupção é tanta que é apenas uma tese.
"Não existe boa história sem vilão. E o problema é que no Brasil todos queriam ser heróis".
E driblar Freud, que acabou com mimimi de paciente apontando-lhe incontornável responsabilidade no sofrimento de que reclamava enquanto a chorona imputava aos outros encargos sobre sua dor, mandando-lhe na lata:
A marmotice é grave! Revela um luxo na seletividade da realidade que não devemos e nem podemos entender como ignorância. Como se a história fosse algo simples, que bastaria Harari para nos esclarecer do que a vida é feita.
As seis décadas passadas nos trouxeram outras eras, além dos Anos de Chumbo. Soma-se ao tempo, os ingredientes trazidos pelo progresso e a própria globalização. Realidade complexa a demandar um debruçar contínuo. Haja vista o que acontece em outros cantos do planeta. O que não falta é pauta para que nossa imprensa se debruce. Em bancar essa ausência de assunto pertinente, certamente a levará o canto da irrelevância.
É interessante o foco que se dá ao golpe de 1964, ao mesmo tempo em que se esquece a tentativa de golpe de 1935, conhecida como a Intentona Comunista. A diferença entre ambos é que os mocinhos de hoje eram os vilões na insurreição patrocinada pela URSS para instituir o comunismo no Bananal. Em Camaradas, 1993, Waack mostra as entranhas da Intentona com base em acesso aos arquivos de Moscou, dentre outros, logo após a queda da matriz do Komintern. Sobre isso, silêncio sepulcral.
Essa lenga-lenga todo ano…até porque, como estamos presenciando, golpes autoritários não se dão mais através de revoluções. Um lado e outro nos fazem patinar em círculos nessa lama podre, ano após ano. Que tédio!
Para a mídia a ditadura Vargas não existiu. Transformaram o vilão no herói Pai dos Pobres que só pode existir enquanto houver uma Casta inferior para garantir a propriedade do Estado para as Cortes que se aboletam nos palácios.
Se a ditadura Vargas fosse explorada, seria inevitável que a Intentona Comunista de 1935 também o fosse. Não há interesse nisso.
Zzzzzzzzzzzzzz
O problema brasileiro reside na democracia populista que temos ainda atrelada a uma trajetória dependente de um passado patrimonialista-estatista. Antes de 1964, a era Vargas nos manteve nessa trajetória iliberal e de viés autoritário. Quem denuncia, por exemplo, a corrupção estatal - robusta na época de Vargas e ainda hoje - é apontado como inimigo das classes populares, moralista das elites, etc.
O golpe de 64 tornou possível canalhas pagarem de heróis. Vão remoer isso o resto da vida uma vez que não há feito fora deste cenário.
1964 vampirizou não só a memória recente, mas a história nacional inteira, que virou um faroeste maniqueísta no qual o único herói possível é o traficante dublê de revolucionário. Ou o burocrata corrupto com passagem pela luta armada. Vejam "Jogo das Decapitações", do cineasta Sergio Bianchi.
Fernando obrigado pela indicação. Peguei o trailer e já é uma cacetada.
Aproveita, Volney! Sergio Bianchi é o nosso maior cronista audiovisual. Revejo "Cronicamente Inviável" pelo menos uma vez por ano. Acho que está no YouTube tbm.
Pelo menos fosse igual ao feitiço do tempo q se revive até q se acha o caminho certo...🤷♀️
O Brasil é incapaz de sair da UTI. Se saísse, político não seria necessário. E todo político é contra o combate à corrupção. A justiça não é cega! Instituições só funcionam 24hs para tramar mais saques ao erário. A cultura virou debate de melhor ovo de páscoa na capa de jornal. E a sociedade sempre possui um contrato social com uma agenda oculta pessoal pra poder sobreviver, ainda que seja pisar no terreno do outro salvando o seu. Tudo isso travestido de assuntos ao estilo “somos Família”. Faixa de pedestres? Passe por cima. Cobrar o outro? Cobre você, por aqui prefere-se manter a “amizade”. Escola pública ruim? Saúde ruim? Segurança ruim? Fuckoff. Pago o meu e o outro que se exploda. Falimos. distraídos .. Mesmerados ..Morremos.. Pesado? Volte ao script geleia geral: “Feliz Páscoa, Família”, ao estilo podcast Flow (urgh). E depois R.I.P.
Desde a redemocratização a "inteligência pública" tenta, a todo custo, tornar o golpe de 64 um trauma coletivo da nação. Mas ele não é, nunca será. Inclusive, uma parte considerável do povo ou sente saudades daquele tempo (os velhos o suficiente) ou "autoriza" um novo golpe, talvez por ignorância ou pura e simples vileza.
O fato é que, se o regime democrático tivesse sido minimamente bem sucedido na gestão pública e no desenvolvimento do país (leia-se, deixarmos de ser um bananal do cu do mundo), o coro golpista seria restrito a meia dúzia de louquinhos. Mas como foram (e são) cafajestes, ladrões e incompetentes, a solução golpista continua a pairar como uma carta na manga.
Fatores da equação que a "esquerda" ou algum grupo o faz:
x) Aborto legal vai encher os cofres dos hospitais com dinheiro público.
y) As abobrinhas que Lula apronta na Petrobras parecem ter o propósito de desvalorizar as ações.
z) Eutanásia, esvaziar leitos dos hospitais e encher os bolso deles
Vc existe mesmo cara? Aff!
Penso, logo existo. São conclusões óbvias. Embora que, como Estatal, os lucros da Petrobras poderiam em tese servir aos cofres do governo, mas a corrupção é tanta que é apenas uma tese.
Obrigada Descartes!
Deus salve a Rainha!
Brasileiro não está nem aí pra roubalheira petista muito menos pra 60 anos do 'Gópi'. Cadê o Chico Jabuti?
"Não existe boa história sem vilão. E o problema é que no Brasil todos queriam ser heróis".
E driblar Freud, que acabou com mimimi de paciente apontando-lhe incontornável responsabilidade no sofrimento de que reclamava enquanto a chorona imputava aos outros encargos sobre sua dor, mandando-lhe na lata:
- Não existem só mocinhos em história alguma.
Pois é
A marmotice é grave! Revela um luxo na seletividade da realidade que não devemos e nem podemos entender como ignorância. Como se a história fosse algo simples, que bastaria Harari para nos esclarecer do que a vida é feita.
As seis décadas passadas nos trouxeram outras eras, além dos Anos de Chumbo. Soma-se ao tempo, os ingredientes trazidos pelo progresso e a própria globalização. Realidade complexa a demandar um debruçar contínuo. Haja vista o que acontece em outros cantos do planeta. O que não falta é pauta para que nossa imprensa se debruce. Em bancar essa ausência de assunto pertinente, certamente a levará o canto da irrelevância.
É interessante o foco que se dá ao golpe de 1964, ao mesmo tempo em que se esquece a tentativa de golpe de 1935, conhecida como a Intentona Comunista. A diferença entre ambos é que os mocinhos de hoje eram os vilões na insurreição patrocinada pela URSS para instituir o comunismo no Bananal. Em Camaradas, 1993, Waack mostra as entranhas da Intentona com base em acesso aos arquivos de Moscou, dentre outros, logo após a queda da matriz do Komintern. Sobre isso, silêncio sepulcral.
Essa lenga-lenga todo ano…até porque, como estamos presenciando, golpes autoritários não se dão mais através de revoluções. Um lado e outro nos fazem patinar em círculos nessa lama podre, ano após ano. Que tédio!
O Brasil é a própria marmota