#EmBuscaDeUmSemSentido (3)

Sobre "Monica", a obra-prima incoerente de Daniel Clowes

[Leia a segunda parte do ensaio]

Protagonista sem sentido 

“Eu conseguiria ler com satisfação algo que é excepcionalmente burro ou ruim, com tal de que seja algo feito por alguém com algum tipo de visão pessoal, mesmo que seja a visão pessoal de alguém completamente idiota”

Daniel Clowes

A capa de Monica é formada por um retrato, ligeiramente lateral e muito ampliado, da protagonista da hq. Ela se destaca do resto da imagem pela colorização e pela quantidade de traços que Clowes utiliza para desenhá-la. Os dois recursos servem para colocá-la em primeiríssimo plano ao destacá-la do fundo da imagem. Assim, os traços servem para atribuir volume à sua imagem, o que contrasta com o aspecto chapado e simplista do fundo, e a colorização inusual e uniforme destoa do restante da imagem.

Essa capa se justifica porque Monica, a hq, é, em primeiro lugar, um estudo de Monica, a sua protagonista e o seu universo interior.