#FortunaDeGilmar

A censura à imprensa conta com a própria imprensa

Renunciei ao meu velho site porque não estava disposto a me estupidificar ainda mais escrevendo sobre a disputa eleitoral entre o quadrilheiro e o mentecapto - quando eu torcia animadamente, claro, pelo apocalipse de Baby Consuelo.

Mas a decisão de doar os 25% que eu tinha na empresa foi acelerada por um episódio: a censura imposta pelo UOL à nossa revista, na mesma semana em que publicamos uma matéria fartamente documentada sobre a fortuna de Gilmar Mendes.

O ministro do STF é igual a Arthur Lira. Se uma goiaba fosse eleita para o Palácio do Planalto, ele correria para negociar com a goiaba. Apesar desse seu temperamento permissivo, porém, ele sempre foi extremamente rigoroso no trato com a imprensa. De fato, costuma degolar todos aqueles que o importunam, só admitindo gente como seus dois porta-vozes: Monica Bergamo, que ainda finge ser jornalista, e Reinaldo Azevedo, que merece aplausos por ter desistido de fingir.

Depois de publicarmos a reportagem, o UOL deve ter recebido um telefonema intimidatório de Gilmar Mendes. Ele é pródigo em matéria de telefonemas intimidatórios. No entanto, quem baniu nossa revista da homepage - e baniu para sempre - não foi a diretoria do portal, com a qual sempre me dei muito bem, e sim um jornalista, uma capataz do gilmarzismo cujo nome apaguei da memória.  

A censura do STF à imprensa conta com a cumplicidade da própria imprensa, que topa qualquer abuso para favorecer a goiaba petista. Este site só existe por causa disso: porque não é goiaba.