#ImaginaçãoTemor&Terrores (3)
As histórias sobrenaturais são a experiência mais radical da criação imaginativa na literatura.
[Leia a segunda parte do ensaio]
Por Rodrigo Duarte Garcia
Desde a Antiguidade – como mostram os exemplos reunidos por Lacy Collison-Morley –, escreve-se sobre fantasmas, espectros, seres desconhecidos e o sobrenatural. Dos antigos às sagas germânicas, do Beowulf ao Inferno de Dante, da Morte d’Arthur a todos os fantasmas em Shakespeare – e as bruxas de Macbeth –, a história da literatura sempre conviveu com a arte do desconhecido. Mas foi apenas no século XVIII que o gênero se definiu, com a publicação d’O Castelo de Otranto (1764), de Horace Walpole. Walpole era um aristocrata meio esquisito, fascinado por tudo que envolvesse o estilo gótico. É possível, inclusive que ele tenha ficado mais famoso pela construção de uma villa medieval nos arredores de Londres – “Strawberry Hill” –, do que por seus talentos literários propriamente ditos.