#IntimidadesDeGilmar

O ministro votou para que não sejam divulgadas as imagens do aeroporto de Roma. Mas o conteúdo todo mundo já conhece

Gilmar Mendes quer preservar a intimidade dos envolvidos no incidente no aeroporto de Roma. Acompanhou a decisão de Toffoli de esconder o vídeo numa salinha escura no sótão do STF.

O vídeo, enfim, teve sua intimidade preservada.

Mas a privacidade da família Mantovani já foi exposta em rede nacional. Já sabemos onde ela mora, suas posições políticas, sua fonte de renda e até os detalhes do que eles conversaram com o advogado, algo que deveria ser preservado sob sigilo profissional.

Cedo ou tarde, o caso será arquivado. Mas nem Gilmar nem Toffoli virá a público explicar porque uma discussão banal de aeroporto foi parar no STF. Porque os supremos magistrados autorizaram busca e apreensão para um crime de menor potencial ofensivo. Porque um ministro da Suprema corte mobilizou todo o aparato do Estado para perseguir a família que o xingou na ala Vip do aeroporto.

Ninguém é ingênuo. A gente sabe a resposta.

Se o vídeo demonstrasse a narrativa que a imprensa de WhatsApp sustentou a mando dos ministros, as imagens já teriam sido vazadas e expostas no Jornal Nacional com direito àquela vinhetinha do plantão da Globo.

Mas não tem nada. Nem Justiça.

No Brasil, é permitido roubar dinheiro público. É permitido estar na lista de propinas da Odebrecht. É permitido defender o antissemitismo como política oficial.

Só não pode expor as intimidades do STF.

As intimidades do STF