#LigandoOsPontos
Estadão diz que “decomposição moral” de Moro permitiu “redenção moral” dos quadrilheiros
O Estadão, em editorial, atribuiu a “redenção moral” dos quadrilheiros presos pela Lava Jato à “decomposição moral” de Sergio Moro, assim como à sua “aniquilação moral”.
“Com a aniquilação moral de Sergio Moro e da Lava Jato, tem-se, como consequência natural, a redenção moral de tantos quantos foram pilhados em falcatruas diversas ao longo das trepidantes investigações anticorrupção na história recente. Ressalve-se que obviamente não se trata de ver aí uma ação concertada entre os diversos interessados, ainda que seja tentador ligar os pontos, mas é inevitável constatar que há poucos insatisfeitos com o destino de Sergio Moro – desmoralizado por Bolsonaro, desqualificado pelo Supremo e possivelmente despejado do Congresso. Que fim melancólico para aquele que se dispôs a ser a palmatória do mundo.”
O que ocorreu foi o exato contrário: Moro entrou para o governo Bolsonaro porque o STF já havia iniciado o processo de aniquilamento da Lava Jato. Em meu velho site, que acompanhava de perto a rapaziada de Curitiba, todos concordavam que a aventura ministerial de Moro tinha tudo para fracassar, mas ela era motivada pela certeza de que o jogo havia virado, com a morte de Teori Zavaski e a conversão de Gilmar Mendes, que bandeou alegremente para o lado de lá depois do impeachment de Dilma Rousseff - e depois que a PGR pegou Aécio Neves e Michel Temer, o xodó dos editorialistas do Estadão. Muito antes, portanto, de Bolsonaro ou do hacker de Araraquara.
O Estadão é incapaz de ver “uma ação concertada entre os diversos interessados” e se recusa a “ligar os pontos”, mas é para isso que serve a imprensa, não é? O jornal não pode imitar Dias Toffoli e subverter o passado com uma canetada, anunciando uma “redenção moral” dos criminosos quando houve apenas um golpe para garantir sua impunidade. Isso é pura decomposição moral. Que fim melancólico.
A vontade de rir se mistura com a náusea..
É o fim de tudo, do país, da moral, do jornalismo.... é incrível como um grupo de poderosos consegue controlar o pensamento coletivo. Parece filme de ficção barato. Os “seguidores” repetem o discurso como papagaios sem filtro, sem critica, sem compromisso algum com a verdade, com os fatos. Não tem saída, está tudo dominado. A comunicação,
a educação (vide as universidades) e até a oposição foi dominada. Não sobrou nada. Quem puder que abandone o barco.