#NãoéArte(3): Krzysztof Penderecki
O compositor polonês encontrou a solução para as aflições metroviárias de Theodor Adorno.
Adorno não gostava de assobios. Mais especificamente de jovens no metrô assobiando o final da 1ª Sinfonia de Brahms. Para o filósofo, nada é mais ultrajante do que a vulgarização da música, nada é mais desprezível do que isolar partes da estrutura musical para profaná-la com assobios na fila da espera do trem. Adorno odiava essa tendência do romantismo burguês de amputar uma peça da arte musical para transformá-la num mero fetiche nos lábios contraídos das ralés das estações.1
Para Adorno, a sociedade tecnológica é o estágio final da desumanização do homem. Em parceria com Max Horkheimer, ele concluiu que “a fusão da cultura com o entretenimento não se realiza apenas como a depravação da cultura, mas também como a espiritualização forçada da diversão”.2