Um dia antes da efeméride mundial do Livro, Lula reclamou que Haddad lê demais e faz política de menos.
Daí Haddad afirmou que se esqueceu de todos os livros que leu e escreveu e que agora se preocupa somente com política.
No mesmo dia, o Congresso Nacional começou a deliberar sobre uma lei que simplesmente vai tabelar o preço do livro, apoiada pelo lobby corporativo das grandes editorias e feita sempre com a alegação de que isso ajudará as pequenas livrarias - mas que, na prática, vai destruir para sempre o que resta de um mercado editorial relativamente democrático.
Na prática, isso pouco importa porque: (1) no Brasil, o livro não é artigo de primeira necessidade; e (2) no Bananão, o livro é mais caro do que uma cerveja Antártica ou um frango a passarinho que vai ter alimentar a família no domingão, antes do jogo do clube da estima do bairro.
E há o terceiro ponto: no Brasil, ninguém lê mais nada. O pobre não lê. E o rico, que tem tudo para ler de verdade, não lê porque está muito entediado consigo mesmo.
Não à toa que estamos na lata de lixo da História.
Quer mudar essa situação? Então comece - ora, pois - a ler.
Um bom início é a obra abaixo:
A tradução e o posfácio são de autoria de MVC, um dos criadores do NEIM (e que está com uma pistola colada na orelha do estagiário enquanto ele digita este post).
Você pode comprá-lo neste link - aliás, numa promoção imbatível.
Quem perder é a mulher do padre - ou, no mínimo, o burro da sala de aula.
Recomendo a leitura dessa obra - antes e depois de rir muito nos comentários.
Falando sério, Christopher Lasch soube, com certa antecedência, descrever os nossos descaminhos a despeito de todo o progresso e pose do homem (e mulher) moderno.
Quando governantes não oferecerem educação pública de qualidade, só lhes resta diminuir a importância da educação. Lula critica Haddad por perder tempo lendo livros. Bolsonaro acusa livros didáticos de terem muita coisa escrita. Brasília é uma iliterata orgulhosa.
Feliz dia mundial do livro.