Há esperança, mas não para nós, como dizia meu ídolo tcheco. Se Kafka não tivesse morrido de tuberculose em 1924 e por um milagre pudesse viver mais 100 anos, morreria agora, mas de desgosto.
Achei absurdo, não só o que o tal Glauber fez, mas o silêncio e argumentação da "direita". Se o MBL não é bozonarista, deve apanhar.... isso é o mais absurdo, porque a agressividade do idiota era esperada e a esquerdalha apoiar também. Mas a tal "direita", aplaudir isso.... é impressionante! Gados imundos!
Em homenagem ao Glauber que importa , o deputado valentão parecia ter encarnado o Antônio das Mortes (O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro), estava numa espécie de “Terra em transe”, de tão alterado com os gestos e falas
Caso fosse se qualquer político de direita agredindo qualquer pessoa (que fosse um ladrao na rua) já teriam exigido uma cassação e longas matérias na Globonews - com direito à cara de hiena espantada da Daniela Lima.
Pois é - considerava-o mais distante da polaridade, mas é o que o estagiario (excelente pronuncia e português muito bem articulado - salve o Ensino Médio!) trouxe: polarização, obriga-o a escolher lado.
O que se quer em um país no qual corruptos que lesaram a viúva em bilhões de reais estão aí na linha de frente da "defesa da democracia", enquanto os juízes e procuradores que os processaram e puniram são cassados e caçados?
Ser "exato" ultimamente se tornou perigoso... é melhor ser mais ou menos assim, nem tanto, mas nem tão pouco, seguindo naquela direção, bem do jeito que imaginaram...
Após agredir membro do MBL, Glauber Braga fala em aniquilamento de “liberais e fascistas”.
“É fundamental que essa luta seja traduzida no aniquilamento daqueles que querem destruir as universidades públicas brasileiras. Os liberais e fascistas de plantão”, afirmou o deputado ao se dirigir a servidores de universidades e institutos federais.
Augusto de Franco no Twitter na mesma data a respeito:
😮
"Os liberais e os fascistas"
A esquerda quer aniquilar os adversários. Inicialmente declarava que queria aniquilar "os fascistas" - entrando nessa categoria todos os que fazem oposição a Lula e ao PT. Mas, não. Ela agora quer aniquilar também "os liberais".
Em democracias os que discordam devem poder conversar. Mas é quase impossível conversar com fanáticos, fundamentalistas, jihadistas, militantes cuja consciência foi colonizada para tratar adversários como inimigos e divergentes como traidores que devem ser aniquilados.
Alguns conservadores e todos os reacionários denunciam um comunismo que não existe mais. Mas há um fundo de realidade no seu incômodo. Eles percebem - sem saber explicar direito - que há um contingente de pessoas, no governo e no partido do governo, que esposa crenças esquisitas: de que a história vai para um lugar que só pode ser antevisto por quem tem a ideologia correta (a deles); de que a história precisa de um motor e esse motor é a luta de classes; de que o sentido da política não é a liberdade e sim a ordem, mas que para implantar uma ordem mais justa é necessário praticar a política como uma guerra ("nós" contra "eles"). Eles não conseguem ver que isso é a remanescência de uma visão marxista do mundo, que sobrevive no andar de baixo das consciências de muitos que se dizem progressistas, de esquerda, mas que hoje são apenas neopopulistas e não pretendem ressuscitar a experiência fracassada do comunismo.
Atenção, liberais (no sentido político do termo, pois não estou falando dos chamados neoliberais ou dos seguidores de doutrinas do liberalismo-econômico). Vocês (nós) são (somos), na verdade, os inimigos principais dos populistas (ditos de direita ou de esquerda, tanto faz).
Vou repetir porque esse é um elemento novo na conjuntura. Meios de comunicação alinhados, ajudados pela infantaria petista no jornalismo, viraram uma "tendência externa" do PT. Sem essa tendência o partido não conseguiria governar e a popularidade de Lula já estaria muito menor.
Augusto de Franco no Twitter em 14/04/24:
A estrategia de conquista de hegemonia não exige formação de maioria (nos parlamentos, nas mídias sociais, nas ruas). A hegemonia é exercida por uma minoria mesmo, que controla algumas instituições-chave que não são formadas por escolha popular (com exceção do poder executivo).
Augusto de Franco no Twitter em 13/04/24:
A erosão continua. Os conteúdos liberais da nossa democracia eleitoral (na verdade um regime eleitoral parasitado por populismos) estão se esvaindo. Observei esse processo no governo Bolsonaro. Não imaginei que ele seria retomado tão cedo - sob outras formas - no governo Lula.
Augusto de Franco no Twitter em 12/04/24:
O fato é que a polarização está aumentando, não diminuindo. E isso porque está sendo impulsionada pelos dois populismos que dominam a cena pública nacional e sequestraram o debate democrático. Seja ideológica, afetiva ou emocional, essa polarização é - em boa parte - artificial.
O conhecido pensador da democracia chamado Yascha Mounk lançou uma nova revista chamada PERSUASION COMMUNITY. Eis como ele redigiu o texto que explica a linha editorial do veículo.
Persuasão (Persuasion) é uma publicação e uma comunidade para todos que compartilham três convicções básicas:
[] Procuramos construir uma sociedade livre na qual todos os indivíduos possam buscar uma vida significativa, independentemente de quem sejam.
[] Acreditamos na importância da prática social da persuasão e estamos determinados a defender a liberdade de expressão e de investigação contra todos os seus inimigos.
[] Procuramos persuadir, em vez de zombar ou trollar, aqueles que discordam de nós.
Nossa missão
Uma comunidade para pessoas que estão abertas a mudar de ideia, mas não de mudar seus valores fundamentais.
Qual é o propósito de Persuasão? E como pode uma pequena publicação e comunidade dedicada aos valores do liberalismo filosófico esperar fazer a diferença no futuro das sociedades livres nos Estados Unidos e em todo o mundo?
A chave para uma resposta reside numa breve (e necessariamente esquemática) história da vida intelectual americana ao longo do último meio século.
Há cinquenta anos, as instituições americanas mais importantes gozavam de um grau de legitimidade que hoje é difícil de compreender. Quase todos os americanos assistiram ao noticiário em uma das três estações de televisão. Quase todos os americanos tinham uma opinião positiva sobre Princeton e Stanford. Quase todos os membros do Congresso acreditavam que o conselho da Brookings Institution ou do Conselho de Relações Exteriores deveria ser levado a sério.
Estas instituições tinham muito a recomendá-las: deram ao público um conjunto partilhado de factos e suposições, que poderiam formar a base do debate político. E, embora nunca tenham pensado que o seu objectivo principal era lutar pelos ideais de uma sociedade livre, o seu sistema operacional era filosoficamente liberal: da CBS a Harvard e à Brookings, os decisores seniores acreditavam instintivamente em valores como a liberdade de expressão e o devido processo legal.
Contudo, estas instituições também sofriam de duas deficiências importantes. Em primeiro lugar, as pessoas que admitiam nos seus salões dourados representavam apenas uma pequena fatia da população da América: o sexismo, o racismo e a homofobia eram muito mais prevalentes nestas instituições do que são hoje. As opiniões que consideravam sérias incluíam por vezes as que eram moralmente abomináveis.
Em segundo lugar, o domínio do “razoável” era bastante estreito. E, embora esta estreiteza do debate constituísse a injustiça menor, foi – pelo menos a curto prazo – a causa de maior instabilidade: tendo chegado a acreditar que nunca conseguiriam falando com suas próprias vozes nos corredores do Brookings Institution ou nas colunas do New York Times, alguns grupos variados de descontentes começaram a procurar uma alternativa.
Destes, o grupo que teve o maior impacto na vida pública na América foi um bando de conservadores devotados, determinados a criar um contra-sistema ideológico que pudesse rivalizar com o mainstream. O que começou com a National Review, uma revista de luta ideológica, rapidamente se transformou numa rede imensa e imensamente poderosa de instituições conservadoras. A Heritage Foundation foi criada para rivalizar com a influência da Brookings. A Sociedade Federalista procurou mudar a composição ideológica do judiciário americano. A Fox News fez o possível para espalhar as ideias do movimento conservador para além do Beltway. Toda uma rede de grupos activistas proporcionou aos conservadores uma base ideológica, um grupo de amigos e um lar profissional. Medido pelas suas próprias ambições, o movimento foi um sucesso surpreendente.
Outros movimentos ideológicos minoritários seguiram uma página do mesmo manual. Em 1960, um libertário era uma pessoa com opiniões idiossincráticas e sem um lar político óbvio. Então, o Institute for Humane Studies começou a defender ideias libertárias nos campi universitários, a Reason assumiu a sua defesa pública e um revigorado American Enterprise Institute decidiu influenciar os legisladores no Capitólio. Em 1980, a influência e a autoconfiança intelectual dos libertários aumentaram enormemente.
A extrema esquerda sempre teve a sua quota de instituições contra-establishment. Afinal, The Nation é uma das revistas mais antigas do país, e algumas disciplinas acadêmicas estão há muito tempo na vanguarda do pensamento esquerdista. Mas também a esquerda conseguiu ultimamente construir uma rede mais coesa de instituições de combate; à medida que as universidades se tornaram muito mais progressistas, movimentos como os Socialistas Democráticos da América despertaram de décadas de sono pacífico e publicações como a Jacobin infundiram no movimento uma nova energia intelectual.
Há cinco ou dez anos, a nossa história resumida poderia ter terminado aqui. Movimentos ideológicos, do conservador ao libertário e ao esquerdista, tinham instituições de combate próprias. Embora os liberais filosóficos não tivessem um lar comparável, eles podiam expressar com confiança as suas opiniões dentro das principais instituições.
Mas então essas instituições começaram a mudar.
A história dessa mudança atraiu muita atenção ao longo dos anos. Não vou aborrecê-los com uma recapitulação detalhada das suas manifestações mais preocupantes, desde o despedimento de James Bennet até à celebração acrítica de Robin DiAngelo. Nem quero sugerir que estas mudanças deslegitimaram completamente a corrente dominante: estas instituições ainda não se tornaram totalmente iliberais e os defensores de uma sociedade livre seriam tolos se parassem de lutar por elas.
Mas a erosão de valores como a liberdade de expressão e o devido processo legal nas instituições tradicionais coloca os liberais filosóficos numa desvantagem única. É difícil transmitir quantos escritores, jornalistas e pensadores incríveis – alguns jovens e outros velhos, alguns relativamente obscuros e outros muito famosos – me disseram em privado que já não conseguem escrever com as suas próprias vozes; que estão contando os dias até serem demitidos; e que eles não sabem para onde se virar se o fizerem.
Isto, para mim, é uma grande parte da razão pela qual os defensores da sociedade livre parecem não ter convicção nos últimos meses e anos. Sentindo-se, na melhor das hipóteses, tolerados a contragosto pelas instituições que os empregam, eles estão sempre em desvantagem: escrevem e falam com um olho no Twitter, um olho num editor hostil e um olho nos ataques que são partilhados contra a sua própria empresa. Canal fraco. (Como você deve ter notado, isso requer muitos olhos.)
Mas, se esta situação ajuda a explicar a falta de confiança colectiva entre os defensores de uma sociedade livre, também aponta o caminho para uma solução óbvia. Em vez de lamentar a nossa perda de controlo sobre o sistema, deveríamos seguir o exemplo de outros movimentos que construíram com sucesso as suas próprias instituições contra-sistema.
Esse é o objetivo que eu tinha em mente ao iniciar o Persuasion.
Um elemento central deste projecto é uma plataforma de publicação explicitamente dedicada ao debate, articulação e defesa dos valores de uma sociedade livre. Emulando o que a Reason, a Jacobin e a National Review realizaram no âmbito das suas próprias tradições ideológicas, espero criar um espaço no qual os liberais filosóficos possam fazer perguntas difíceis e encontrar respostas convincentes. Isto requer um compromisso com um conjunto de aspirações partilhadas e uma diversidade de opiniões suficiente para nos forçar a pensar muito sobre como podemos tornar o mundo um lugar melhor. Este é um espaço para pessoas que estão abertas a mudar as suas ideias, mas não os seus valores fundamentais.
Mas criar uma reinvenção moderna de uma revista de luta, dedicada a defender os ideais de uma sociedade livre, não é a minha única ambição. Se lugares como a National Review tiveram uma influência tremenda na nossa sociedade, é também porque se tornaram o núcleo de uma comunidade coesa, que semeou um arquipélago muito mais vasto de instituições aliadas. É por isso que levo tão a sério o elemento comunitário da Persuasão – os eventos ao vivo, os clubes do livro e as reuniões sociais que estamos experimentando. E é também por isso que espero que este empreendimento específico gere muitas organizações formalmente independentes que partilham os nossos valores fundadores.
Uma palavra final: a nossa ambição precisa de ir além da nostalgia. Há muito a lamentar sobre as mudanças que ocorreram em algumas das instituições mais importantes do país nos últimos anos. Mas também há muito a criticar no que diz respeito à aparência destas instituições no seu suposto melhor. O nosso objectivo não é regressar a uma idade de ouro que, infelizmente, nunca existiu; é construir sociedades que correspondam aos valores nobres e ambiciosos da liberdade e da justiça, melhor do que qualquer sociedade do passado.
Os exemplos que usei aqui são muito americanos. Mas as questões em jogo vão muito além destas fronteiras, e a configuração básica do terreno é notavelmente semelhante em muitos outros países. Em grande parte do mundo democrático, os liberais filosóficos carecem tanto da autoconfiança ideológica como da base institucional para defenderem as suas convicções. Esta é uma crise existencial para os valores de uma sociedade livre. Pois só se o liberalismo filosófico puder provar que incorpora um conjunto de princípios verdadeiramente universais – um conjunto que pode conquistar adeptos de Hyderabad a Hamburgo, de Nairobi a Nova Iorque – poderá esperar manter e expandir a sua influência no século XXI.
Tudo será infestado. Tudo será aparelhado. E não haverá conspiração alguma. Já há um programa rodando para fazer isso. O nome desse programa é polarização. É um programa para programar aglomerados e, em toda parte, criar lados.
Há esperança, mas não para nós, como dizia meu ídolo tcheco. Se Kafka não tivesse morrido de tuberculose em 1924 e por um milagre pudesse viver mais 100 anos, morreria agora, mas de desgosto.
Vivian, leio sempre suas postagens.
Dessa vez não aguentei......elas geralmente são comoventes!
A imprensa está morta! Vida longa ao “Não é imprensa”.
Não vou falar mais nada Alexandre!
Você já falou tudo!
Voto com o relator.
Achei absurdo, não só o que o tal Glauber fez, mas o silêncio e argumentação da "direita". Se o MBL não é bozonarista, deve apanhar.... isso é o mais absurdo, porque a agressividade do idiota era esperada e a esquerdalha apoiar também. Mas a tal "direita", aplaudir isso.... é impressionante! Gados imundos!
Em homenagem ao Glauber que importa , o deputado valentão parecia ter encarnado o Antônio das Mortes (O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro), estava numa espécie de “Terra em transe”, de tão alterado com os gestos e falas
Caso fosse se qualquer político de direita agredindo qualquer pessoa (que fosse um ladrao na rua) já teriam exigido uma cassação e longas matérias na Globonews - com direito à cara de hiena espantada da Daniela Lima.
O comentarista jurídico do UOL - Dr. Maierovich - opinou que o ativista deveria ser preso, bem como qualquer ativista ligado ao MBL!!
Se no passado recente qualquer opinião tendenciosa pro lado Bozo era tachada de lambe botas, o que seria isso?
Eu vi isso e senti uma imensa vergonha alheia. Um total descolamento dos fatos, como se o agressor fosse a vítima.
Pois é - considerava-o mais distante da polaridade, mas é o que o estagiario (excelente pronuncia e português muito bem articulado - salve o Ensino Médio!) trouxe: polarização, obriga-o a escolher lado.
O que se quer em um país no qual corruptos que lesaram a viúva em bilhões de reais estão aí na linha de frente da "defesa da democracia", enquanto os juízes e procuradores que os processaram e puniram são cassados e caçados?
E ele agrediu o Kim na delegacia. Tá na cara que vive em transe....
Vive na terra que só pune os de direita
O modelo de negócio polarizado é o modelo mais burro e preguiçoso que a imprensa poderia aderir.
Podemos sempre contar com o adesismo dos jornalistas brasileiros.
Exato.
Ser "exato" ultimamente se tornou perigoso... é melhor ser mais ou menos assim, nem tanto, mas nem tão pouco, seguindo naquela direção, bem do jeito que imaginaram...
Exato, novamente.
“Após votar contra a cassação de Flordelis, Glauber Braga defende ‘agenda antipunitivista’
'Me sentiria covarde por estar caminhando contra as minhas convicções', afirmou o deputado do PSOL” 2021.
Mais um ataque da Jihad
No Twitter em 17/04/24:
Após agredir membro do MBL, Glauber Braga fala em aniquilamento de “liberais e fascistas”.
“É fundamental que essa luta seja traduzida no aniquilamento daqueles que querem destruir as universidades públicas brasileiras. Os liberais e fascistas de plantão”, afirmou o deputado ao se dirigir a servidores de universidades e institutos federais.
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https://twitter.com/Metropoles/status/1780337843455291711?s=19
Augusto de Franco no Twitter na mesma data a respeito:
😮
"Os liberais e os fascistas"
A esquerda quer aniquilar os adversários. Inicialmente declarava que queria aniquilar "os fascistas" - entrando nessa categoria todos os que fazem oposição a Lula e ao PT. Mas, não. Ela agora quer aniquilar também "os liberais".
Augusto de Franco no Twitter em 17/04/24:
Em democracias os que discordam devem poder conversar. Mas é quase impossível conversar com fanáticos, fundamentalistas, jihadistas, militantes cuja consciência foi colonizada para tratar adversários como inimigos e divergentes como traidores que devem ser aniquilados.
Augusto de Franco no Twitter em 17/04/24:
Alguns conservadores e todos os reacionários denunciam um comunismo que não existe mais. Mas há um fundo de realidade no seu incômodo. Eles percebem - sem saber explicar direito - que há um contingente de pessoas, no governo e no partido do governo, que esposa crenças esquisitas: de que a história vai para um lugar que só pode ser antevisto por quem tem a ideologia correta (a deles); de que a história precisa de um motor e esse motor é a luta de classes; de que o sentido da política não é a liberdade e sim a ordem, mas que para implantar uma ordem mais justa é necessário praticar a política como uma guerra ("nós" contra "eles"). Eles não conseguem ver que isso é a remanescência de uma visão marxista do mundo, que sobrevive no andar de baixo das consciências de muitos que se dizem progressistas, de esquerda, mas que hoje são apenas neopopulistas e não pretendem ressuscitar a experiência fracassada do comunismo.
Augusto de Franco no Twitter em 17/04/24:
Atenção, liberais (no sentido político do termo, pois não estou falando dos chamados neoliberais ou dos seguidores de doutrinas do liberalismo-econômico). Vocês (nós) são (somos), na verdade, os inimigos principais dos populistas (ditos de direita ou de esquerda, tanto faz).
Augusto de Franco no Twitter em 15/04/24:
Vou repetir porque esse é um elemento novo na conjuntura. Meios de comunicação alinhados, ajudados pela infantaria petista no jornalismo, viraram uma "tendência externa" do PT. Sem essa tendência o partido não conseguiria governar e a popularidade de Lula já estaria muito menor.
Augusto de Franco no Twitter em 14/04/24:
A estrategia de conquista de hegemonia não exige formação de maioria (nos parlamentos, nas mídias sociais, nas ruas). A hegemonia é exercida por uma minoria mesmo, que controla algumas instituições-chave que não são formadas por escolha popular (com exceção do poder executivo).
Augusto de Franco no Twitter em 13/04/24:
A erosão continua. Os conteúdos liberais da nossa democracia eleitoral (na verdade um regime eleitoral parasitado por populismos) estão se esvaindo. Observei esse processo no governo Bolsonaro. Não imaginei que ele seria retomado tão cedo - sob outras formas - no governo Lula.
Augusto de Franco no Twitter em 12/04/24:
O fato é que a polarização está aumentando, não diminuindo. E isso porque está sendo impulsionada pelos dois populismos que dominam a cena pública nacional e sequestraram o debate democrático. Seja ideológica, afetiva ou emocional, essa polarização é - em boa parte - artificial.
Augusto de Franco no Twitter em 12/04/24:
☀️
A NOVA REVISTA-COMUNIDADE DO MOUNK
O conhecido pensador da democracia chamado Yascha Mounk lançou uma nova revista chamada PERSUASION COMMUNITY. Eis como ele redigiu o texto que explica a linha editorial do veículo.
Persuasão (Persuasion) é uma publicação e uma comunidade para todos que compartilham três convicções básicas:
[] Procuramos construir uma sociedade livre na qual todos os indivíduos possam buscar uma vida significativa, independentemente de quem sejam.
[] Acreditamos na importância da prática social da persuasão e estamos determinados a defender a liberdade de expressão e de investigação contra todos os seus inimigos.
[] Procuramos persuadir, em vez de zombar ou trollar, aqueles que discordam de nós.
Nossa missão
Uma comunidade para pessoas que estão abertas a mudar de ideia, mas não de mudar seus valores fundamentais.
Qual é o propósito de Persuasão? E como pode uma pequena publicação e comunidade dedicada aos valores do liberalismo filosófico esperar fazer a diferença no futuro das sociedades livres nos Estados Unidos e em todo o mundo?
A chave para uma resposta reside numa breve (e necessariamente esquemática) história da vida intelectual americana ao longo do último meio século.
Há cinquenta anos, as instituições americanas mais importantes gozavam de um grau de legitimidade que hoje é difícil de compreender. Quase todos os americanos assistiram ao noticiário em uma das três estações de televisão. Quase todos os americanos tinham uma opinião positiva sobre Princeton e Stanford. Quase todos os membros do Congresso acreditavam que o conselho da Brookings Institution ou do Conselho de Relações Exteriores deveria ser levado a sério.
Estas instituições tinham muito a recomendá-las: deram ao público um conjunto partilhado de factos e suposições, que poderiam formar a base do debate político. E, embora nunca tenham pensado que o seu objectivo principal era lutar pelos ideais de uma sociedade livre, o seu sistema operacional era filosoficamente liberal: da CBS a Harvard e à Brookings, os decisores seniores acreditavam instintivamente em valores como a liberdade de expressão e o devido processo legal.
Contudo, estas instituições também sofriam de duas deficiências importantes. Em primeiro lugar, as pessoas que admitiam nos seus salões dourados representavam apenas uma pequena fatia da população da América: o sexismo, o racismo e a homofobia eram muito mais prevalentes nestas instituições do que são hoje. As opiniões que consideravam sérias incluíam por vezes as que eram moralmente abomináveis.
Em segundo lugar, o domínio do “razoável” era bastante estreito. E, embora esta estreiteza do debate constituísse a injustiça menor, foi – pelo menos a curto prazo – a causa de maior instabilidade: tendo chegado a acreditar que nunca conseguiriam falando com suas próprias vozes nos corredores do Brookings Institution ou nas colunas do New York Times, alguns grupos variados de descontentes começaram a procurar uma alternativa.
Destes, o grupo que teve o maior impacto na vida pública na América foi um bando de conservadores devotados, determinados a criar um contra-sistema ideológico que pudesse rivalizar com o mainstream. O que começou com a National Review, uma revista de luta ideológica, rapidamente se transformou numa rede imensa e imensamente poderosa de instituições conservadoras. A Heritage Foundation foi criada para rivalizar com a influência da Brookings. A Sociedade Federalista procurou mudar a composição ideológica do judiciário americano. A Fox News fez o possível para espalhar as ideias do movimento conservador para além do Beltway. Toda uma rede de grupos activistas proporcionou aos conservadores uma base ideológica, um grupo de amigos e um lar profissional. Medido pelas suas próprias ambições, o movimento foi um sucesso surpreendente.
Outros movimentos ideológicos minoritários seguiram uma página do mesmo manual. Em 1960, um libertário era uma pessoa com opiniões idiossincráticas e sem um lar político óbvio. Então, o Institute for Humane Studies começou a defender ideias libertárias nos campi universitários, a Reason assumiu a sua defesa pública e um revigorado American Enterprise Institute decidiu influenciar os legisladores no Capitólio. Em 1980, a influência e a autoconfiança intelectual dos libertários aumentaram enormemente.
A extrema esquerda sempre teve a sua quota de instituições contra-establishment. Afinal, The Nation é uma das revistas mais antigas do país, e algumas disciplinas acadêmicas estão há muito tempo na vanguarda do pensamento esquerdista. Mas também a esquerda conseguiu ultimamente construir uma rede mais coesa de instituições de combate; à medida que as universidades se tornaram muito mais progressistas, movimentos como os Socialistas Democráticos da América despertaram de décadas de sono pacífico e publicações como a Jacobin infundiram no movimento uma nova energia intelectual.
Há cinco ou dez anos, a nossa história resumida poderia ter terminado aqui. Movimentos ideológicos, do conservador ao libertário e ao esquerdista, tinham instituições de combate próprias. Embora os liberais filosóficos não tivessem um lar comparável, eles podiam expressar com confiança as suas opiniões dentro das principais instituições.
Mas então essas instituições começaram a mudar.
A história dessa mudança atraiu muita atenção ao longo dos anos. Não vou aborrecê-los com uma recapitulação detalhada das suas manifestações mais preocupantes, desde o despedimento de James Bennet até à celebração acrítica de Robin DiAngelo. Nem quero sugerir que estas mudanças deslegitimaram completamente a corrente dominante: estas instituições ainda não se tornaram totalmente iliberais e os defensores de uma sociedade livre seriam tolos se parassem de lutar por elas.
Mas a erosão de valores como a liberdade de expressão e o devido processo legal nas instituições tradicionais coloca os liberais filosóficos numa desvantagem única. É difícil transmitir quantos escritores, jornalistas e pensadores incríveis – alguns jovens e outros velhos, alguns relativamente obscuros e outros muito famosos – me disseram em privado que já não conseguem escrever com as suas próprias vozes; que estão contando os dias até serem demitidos; e que eles não sabem para onde se virar se o fizerem.
Isto, para mim, é uma grande parte da razão pela qual os defensores da sociedade livre parecem não ter convicção nos últimos meses e anos. Sentindo-se, na melhor das hipóteses, tolerados a contragosto pelas instituições que os empregam, eles estão sempre em desvantagem: escrevem e falam com um olho no Twitter, um olho num editor hostil e um olho nos ataques que são partilhados contra a sua própria empresa. Canal fraco. (Como você deve ter notado, isso requer muitos olhos.)
Mas, se esta situação ajuda a explicar a falta de confiança colectiva entre os defensores de uma sociedade livre, também aponta o caminho para uma solução óbvia. Em vez de lamentar a nossa perda de controlo sobre o sistema, deveríamos seguir o exemplo de outros movimentos que construíram com sucesso as suas próprias instituições contra-sistema.
Esse é o objetivo que eu tinha em mente ao iniciar o Persuasion.
Um elemento central deste projecto é uma plataforma de publicação explicitamente dedicada ao debate, articulação e defesa dos valores de uma sociedade livre. Emulando o que a Reason, a Jacobin e a National Review realizaram no âmbito das suas próprias tradições ideológicas, espero criar um espaço no qual os liberais filosóficos possam fazer perguntas difíceis e encontrar respostas convincentes. Isto requer um compromisso com um conjunto de aspirações partilhadas e uma diversidade de opiniões suficiente para nos forçar a pensar muito sobre como podemos tornar o mundo um lugar melhor. Este é um espaço para pessoas que estão abertas a mudar as suas ideias, mas não os seus valores fundamentais.
Mas criar uma reinvenção moderna de uma revista de luta, dedicada a defender os ideais de uma sociedade livre, não é a minha única ambição. Se lugares como a National Review tiveram uma influência tremenda na nossa sociedade, é também porque se tornaram o núcleo de uma comunidade coesa, que semeou um arquipélago muito mais vasto de instituições aliadas. É por isso que levo tão a sério o elemento comunitário da Persuasão – os eventos ao vivo, os clubes do livro e as reuniões sociais que estamos experimentando. E é também por isso que espero que este empreendimento específico gere muitas organizações formalmente independentes que partilham os nossos valores fundadores.
Uma palavra final: a nossa ambição precisa de ir além da nostalgia. Há muito a lamentar sobre as mudanças que ocorreram em algumas das instituições mais importantes do país nos últimos anos. Mas também há muito a criticar no que diz respeito à aparência destas instituições no seu suposto melhor. O nosso objectivo não é regressar a uma idade de ouro que, infelizmente, nunca existiu; é construir sociedades que correspondam aos valores nobres e ambiciosos da liberdade e da justiça, melhor do que qualquer sociedade do passado.
Os exemplos que usei aqui são muito americanos. Mas as questões em jogo vão muito além destas fronteiras, e a configuração básica do terreno é notavelmente semelhante em muitos outros países. Em grande parte do mundo democrático, os liberais filosóficos carecem tanto da autoconfiança ideológica como da base institucional para defenderem as suas convicções. Esta é uma crise existencial para os valores de uma sociedade livre. Pois só se o liberalismo filosófico puder provar que incorpora um conjunto de princípios verdadeiramente universais – um conjunto que pode conquistar adeptos de Hyderabad a Hamburgo, de Nairobi a Nova Iorque – poderá esperar manter e expandir a sua influência no século XXI.
persuasion.community
Augusto de Franco no Twitter em 12/04/24
Tudo será infestado. Tudo será aparelhado. E não haverá conspiração alguma. Já há um programa rodando para fazer isso. O nome desse programa é polarização. É um programa para programar aglomerados e, em toda parte, criar lados.
Vi isso também. "Aniquilar e enterrar". Lixo imundo esse verme!
Vocês estão de parabéns e desejo muito sucesso. A vocês no Brasil e nos EUA o The Free Press. Foi lá que a NPR foi desmascarada.
Esse site ainda vai ser um dos maiores do país, invistam em vídeos
É preciso ser peso-pesado para dar umas bordoadas quando necessário.
Glauber Rocha 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
Qual é a "produtividade" dessa besta fera ???? JÁ apresentou algum projeto que preste ou esta lá para ganhar o "soldo" e fazer merdas ????
O site pode ser minúsculo hoje. Mas as intenções são maiúsculas. Sigamos juntos. Ao infinito e além!