[Leia a quinta parte do ensaio]
Por Vicente Renner
A Sombra da Bomba
A Bomba habitualmente utiliza símbolos visuais em sua narrativa. Na parte anterior desse capítulo, falei do relógio como uma representação da extratemporalidade do mundo macabro inaugurado pela explosão nuclear. Mas a forma geométrica do relógio, o círculo, se aproveita dessa associação ao longo do gibi. Veja, por exemplo, essa página:
O piloto cristão do Enola Gay recebe, durante a missa, um recipiente circular com cápsulas de cianureto: uma comunhão macabra.
Entre os símbolos habituais de A Bomba, no entanto, um se destaca. É um símbolo que é apresentado igualmente por seu significado macabro: a sombra.