A libertação do jornalista Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, acusado por Vladimir Putin de ser um espião americano na Rússia, junto com a soltura de dissidentes como Paul Whelan, Alsu Kurmasheva, Vladimir Kara-Murza e Alexandra Skochilenko, foi um ponto de virada nas relações diplomáticas entre o que chamamos de “Ocidente” e “Oriente”.
Todos comemoraram o triunfo das negociações. Porém, um nome na lista de libertados tornou o evento algo melancólico: Alexei Navalny, o opositor de Putin que morreu em Fevereiro deste ano em um gulag, e que seria também um dos beneficiados.
Na verdade, conforme conta uma reportagem do WSJ, a negociação entre os EUA, a Europa e a Rússia durou cerca de nove meses, e uma das prioridades era justamente a libertação de Navalny. Não foi alcançada.
O NEIM sabe da importância desses dois nomes para a saúde do jornalismo como um todo, e mostrou isso nos textos abaixo:
Os jornalistas e dissidentes só conseguiram sua liberdade porque Putin exigiu que os EUA e a Europa teriam de trocá-los por espiões e assassinos russos que foram presos, entre eles Vadim Krasikov, responsável por matar Zelimkahn Khangoshvili, um combatente da Chechênia, em um parque no centro de Berlim em 2019. Há também o curioso caso do casal Artem Dultsev e Anna Dultseva, que, em uma situação digna do seriado The Americans, morava infiltrado no país de Joe Biden e o qual, assim que foi efusivamente recebido por Putin ao chegar na Rússia, pediu para suas crianças falarem em espanhol, pois elas não sabiam a língua-mãe.