Não É Imprensa

Não É Imprensa

Share this post

Não É Imprensa
Não É Imprensa
#[trabalharcansa]: Agonia Sem Fim (2)

#[trabalharcansa]: Agonia Sem Fim (2)

Sobre um dos livros mais perturbadores de todos os tempos: "Viagem ao Fim da Noite", de Louis-Ferdinand Céline.

Avatar de Não é Redação
Não é Redação
fev 11, 2024
∙ Pago
30

Share this post

Não É Imprensa
Não É Imprensa
#[trabalharcansa]: Agonia Sem Fim (2)
2
4
Compartilhar

O texto abaixo é a continuação da parceria entre o Não É Imprensa e a Livraria [trabalhar cansa]. Assim como o nosso site, este novo empreendimento de Dionisius Amêndola e Alexandre Sartório tenta pôr a sua marca na “microcultura” que surge pouco a pouco no Brasil. Se aqui adoramos a imprensa livre, mas somos contra os jornais, a [trabalhar cansa] é a favor da literatura e da arte, mas se opõe a um negócio que transformou os livros em mera mercadoria. Em suma, trata-se de um trabalho de amor. E é por isso que apoiamos tal iniciativa. Boa leitura!

***

[Leia aqui a primeira parte do ensaio]

por Alexandre Sartório

Uma linguagem que vai até o fim da noite

Algumas das experiências registradas em Viagem do Fim da Noite não eram exatamente inéditas, exceto por este trecho sobre o surgimento das metrópoles modernas, como Nova York:

(...) quando ficamos bem diante das coisas, por mais galerianos que fôssemos começamos a rir um bocado, vendo aquilo, bem na nossa frente...

Imaginem vocês que ela estava de pé a cidade deles, absolutamente ereta. Nova York é uma cidade em pé. Já tínhamos visto umas cidades, é claro, e bonitas além do mais, e portos e inclusive excelentes. Mas na nossa terra, é ou não é, elas são deitadas, as cidades, na beira do mar ou dos rios, elas se deitam em cima da paisagem, esperam o viajante, ao passo que aquela lá, a americana, não se esparramava, não, mantinha-se bem tesa, ali, nem um pouco copulável, tesa de dar medo.

A guerra é tão velha quanto a humanidade, e a miséria não é estranha a nenhum dos momentos em que homem habitou um canto da Terra. No entanto, antes do século XX, a guerra não fora tratada com a crueza e o realismo com que trataram a Primeira Grande Guerra os escritores, como fez Erich Maria Remarque em Nada de Novo no Front. E o mesmo ocorreu com Louis-Ferdinand Céline, que expressou a brutalidade e o grotesco da guerra, da miséria urbana, física e espiritual, como ninguém o fizera até então.

Esta publicação é para assinantes pagos.

Already a paid subscriber? Entrar
Uma publicação convidada por
Não é Redação
Inscreva-se em Não
© 2025 Não é Imprensa
Privacidade ∙ Termos ∙ Aviso de coleta
Comece a escreverObtenha o App
Substack é o lar da grande cultura

Compartilhar