[Leia aqui a primeira parte do ensaio]
*Por Fábio Silvestre Cardoso
Cyrill Connolly escreve o seguinte, no livro Enemies of Promise, a propósito dos escritores da primeira metade do século XX:
A sátira de Evelyn Waugh em seus primeiros livros derivava de sua ignorância a respeito das coisas da vida. Nesse sentido, ele acreditava que as coisas cruéis poderiam ser percebidas como engraçadas porque ele não as compreendia, e, portanto, era possível para ele comunicar esse aspecto cômico.
Waugh, portanto, e a despeito de seu sucesso junto ao público, era percebido como um provocador pueril, alguém que não entendia o que efetivamente acontecia – daí a gratuidade de seu humor (se alguém tiver associado isso aos humoristas de stand up que pipocam na TV hoje em dia, o paralelo é permitido). Ao contrário de P.G. Wodehouse, que igualmente utilizava a chave do humor para retratar determinadas situações, Waugh era um sátiro mais violento, se assim é possível estabelecer, talvez exatamente por isso causasse tanta sensação e atraía a atenção dos leitores pela forma com a qual tratava os temas.