Meu radar detectou JP cerca de um ano antes do episódio da Cathy, em razão das pesquisas que fazia sobre arquétipos. Como eu teria uma aula alguns dias depois com um especialista em Jung, fiquei assistindo suas aulas na U de Toronto para não me apresentar verde demais.
Ele é cativante e carismático. E fui assistindo e acompanhando. Daí ele aluga um teatro em Toronto e cobra $40 (canadense) por cabeça e lota o lugar. Para dar palestras sobre Genesis - o primeiro livro da Bíblia! No meio da semana.
Depois disso acompanhei em diferentes apresentações de promoçao do seu livro 12 Regras, em que ele realmente se emociona, ao perceber que sua mensagem causa impacto, provocando uma a reação sem precedentes, ajudando marmanjões (alguns ex-combatentes) a encontrar sentido pra vida, deixar drogas, bebidas, porno. O jeito que ele relata é muito transparente e espontâneo. "Arrume o seu quarto!"
Em outra oportunidade - e aí ele realmente me cativou em definitivo - foi após sua fala, abrindo para o público perguntar, ele recebe uma questão escrita da platéia e lê: "Estou pronto para me matar hoje à noite. Você tem alguma coisa a me dizer?" O teatro paralisou e ficou hipnotizado e mudo pronto para ouvir sua resposta.
Sem querer ser estraga prazeres ou instalar polêmicas, mas quem quer se matar não manda bilhetes. Se se meteu no meio de um auditório cheio e rabiscou um bilhete bombástico, foi fazer muito do que os seguidores do outro correm atrás: pedir colo. E para surpresa de ninguém, ganhou. (sobe a música (se você já teve chance de assistir a um clássico que por acaso João Pereira Coutinho mencionou batendo papo aqui, essa referência está lá: "Rede de Intrigas"; filme de cabeceira)
Li o que você escreveu. Se foi aquilo mesmo que ele disse para o autor do bilhete, é pior do que eu pensava
Mas nada supera a expressão dramática ao ter tomado conhecimento do teor do bilhete. O detalhe que importa está todo ali. Outro filme: A star is born
Cada cabeça uma sentença Carlos. Reli o post de 2018 e ainda hoje confirmo meus sentimentos. E o benefício da dúvida fica em prol do potencial suicida. As estatísticas do CVV são muito positivas. Se o colo salva o sujeito da intenção, perfeito.
Graziela, Lucas e Carlos - se me permitem participar de conversar agrádavel.
Esse texto é tão rico que é possível entre muito, bons e reveladores conceitos, a gente se apropriar de um ou dois, e ficar com ele amarrado numa cordinha. É suficiente para entrarmos em 2025 com folga. Cito de cabeça: quando Pondé e Villas se perderam; schollar (acadêmico) vs pundit (polemista); a sabedoria prática de JP (12 Regras seu livro - é isso mesmo); a questão do mal numa equação ou enquandramento constante; Benatar e JP (dois pesos diferentes não podem subir ao ringue); V Frankl e o Homem em busca do sentido; e o suicida e religioso - que ainda não assisti.
Aqui sim - dois ou três desses tópicos para ruminar no chat. Fica a sugestão. (PS - ainda vou escrever meu comentário single). Quero comentar sobre o choro de JP e sua fala sobre suicídio.
Interessante o que pontuou, em relação ao Prof. Villa ,pra mim ele está mais próximo de um Reinaldo Azevedo que de um LF Pondé . Eu realmente acho que J Peterson deve ter refletido muito depois do debate com o Benatar mas duvido que Newman tenha mudado qualquer uma de suas idéias tortas depois do couro que tomou de Peterson.
Villa tem livros ótimos, um deles traz o compêndio das Constituintes brasileiras desde 1826. Então o professor da U de São Carlos, não poderia se deixar levar pelo canto da sereia da política e assim perder a sua bússola. E infelizmente o vil metal atrai muito mais do que o verdadeiro Norte - de princípios e valores.
Demais Martim! Eu adoro essas conversas sobre sentido porque elas não tem sentido nenhum. O sentido delas é esse. Mas tem uma graça danada! A vida realmente é fascinante!
Mapas de Sentido é um livro difícil, sou leigo, mas parece faltar uma harmonia do texto. Alguns livros precisam de tutoria, de rodinhas para equilibrar as primeiras pedaladas, e essa tutoria foi muito bem feita no texto. Parabéns Martim.
Um intelectual sério disse que a obra de Peterson é um pastiche de segunda mão. Ora, é o que parece. O seu Maping of Meanings parece um pastiche da teoria tripartide de Platão: a Razão - parte da alma que a governa, dando harmonia a ela em relação às outras duas partes - ; o Ímpeto - a parte do nosso tônus: aquilo que nós concentramos nossas energias para materializar algo -; e a parte apetitiva - as nossas paixões. Assim, é a parte noética que organiza as outras duas partes e dá uma contextura harmônica à alma.
E por que será que ele foi tão mal no debate com o filósofo analítico? "Ah... Mas ele não é filósofo". Ora, as questões debatidas ali são questões que uma pessoa racional e que, supostamente, intelectual conseguiria demolir. Darei um exemplo. C.S Lewis não era um filósofo profissional. Contudo, no livro Milagres, no terceiro capítulo, ele empreende um argumento sumamente devastador ao naturalismo filosófico - esposado pela maioria dos filósofos analíticos. Este argumento é tão bom que foi escrito um livro (por um filósofo analítico, veja só!) mostrando como este argumento de Lewis de fato é venenoso contra o naturalismo - sobretudo na questão da mente -: o livro C.S Lewis Dangerous Ideas, de Victor Reppert. "Ah, C.S Lewis, um filósofo não profissional, está mais para escritor de livros de ficção do que livros de filosofia" conseguiu, em plena época do positivismo lógico - sim, este que dizia que alma, Deus, e tudo que é religioso e não consegue ser verificado pelo método científico empírico é sem sentido que foi extremamente influenciado pelo Wittgenstein I (porque o Wittgenstein II muda um pouco de ideia) -, afinal, empreender um argumento tão solvente contra uma corrente filosófica que reduzia tudo a questões de linguagem, empíricas e quantificáveis? O corolário é que Peterson foi ruim no debate com o filósofo porque ele é, talvez, uma piada como intelectual - embora, eu reconheça, possui virtudes morais, como ser impávido contra o progressismo e politicamente correto, que muitos intelectuais não têm.
Além disso, será que ele não é mesmo um pundit? Por que, por exemplo, Peterson reconhece que nas histórias de Dostoiévsky há uma verdade ali - conquanto reconhece que as histórias ocorridas ali nunca ocorreram - mas quanto as histórias bíblicas ele sustenta que há verdades ali, mas sempre faz esplêndidas tergiversações quando é perguntado se as histórias ali realmente aconteceram? Não seria porque ele quer agradar seu público religioso? (afinal, ele ganha milhões por mês; e talvez ele não quer ter prejuízos veniais). Quando é perguntado se ele acredita em Deus, ele assevera "O que é Deus?", "O que é crença", "O que é acreditar em Deus?". Ora, por que ele simplesmente não revela seu ateísmo? Qual o problema?
Meu radar detectou JP cerca de um ano antes do episódio da Cathy, em razão das pesquisas que fazia sobre arquétipos. Como eu teria uma aula alguns dias depois com um especialista em Jung, fiquei assistindo suas aulas na U de Toronto para não me apresentar verde demais.
Ele é cativante e carismático. E fui assistindo e acompanhando. Daí ele aluga um teatro em Toronto e cobra $40 (canadense) por cabeça e lota o lugar. Para dar palestras sobre Genesis - o primeiro livro da Bíblia! No meio da semana.
Depois disso acompanhei em diferentes apresentações de promoçao do seu livro 12 Regras, em que ele realmente se emociona, ao perceber que sua mensagem causa impacto, provocando uma a reação sem precedentes, ajudando marmanjões (alguns ex-combatentes) a encontrar sentido pra vida, deixar drogas, bebidas, porno. O jeito que ele relata é muito transparente e espontâneo. "Arrume o seu quarto!"
Em outra oportunidade - e aí ele realmente me cativou em definitivo - foi após sua fala, abrindo para o público perguntar, ele recebe uma questão escrita da platéia e lê: "Estou pronto para me matar hoje à noite. Você tem alguma coisa a me dizer?" O teatro paralisou e ficou hipnotizado e mudo pronto para ouvir sua resposta.
Relatei - vide a data - o ocorrido, aqui (me permitam compartilhar, ok?): https://volneyfaustini.wordpress.com/2018/06/25/ha-sempre-o-amanha-sobre-suicidio/
Sem querer ser estraga prazeres ou instalar polêmicas, mas quem quer se matar não manda bilhetes. Se se meteu no meio de um auditório cheio e rabiscou um bilhete bombástico, foi fazer muito do que os seguidores do outro correm atrás: pedir colo. E para surpresa de ninguém, ganhou. (sobe a música (se você já teve chance de assistir a um clássico que por acaso João Pereira Coutinho mencionou batendo papo aqui, essa referência está lá: "Rede de Intrigas"; filme de cabeceira)
Li o que você escreveu. Se foi aquilo mesmo que ele disse para o autor do bilhete, é pior do que eu pensava
Mas nada supera a expressão dramática ao ter tomado conhecimento do teor do bilhete. O detalhe que importa está todo ali. Outro filme: A star is born
Cada cabeça uma sentença Carlos. Reli o post de 2018 e ainda hoje confirmo meus sentimentos. E o benefício da dúvida fica em prol do potencial suicida. As estatísticas do CVV são muito positivas. Se o colo salva o sujeito da intenção, perfeito.
Mas não transforma o voluntário do CVV em um guia dos povos, concorda?
Excelente texto. Obrigada Martim Vasques da Cunha. Não me canso de dizer que essa assinatura é barata demais.
Graziela, Lucas e Carlos - se me permitem participar de conversar agrádavel.
Esse texto é tão rico que é possível entre muito, bons e reveladores conceitos, a gente se apropriar de um ou dois, e ficar com ele amarrado numa cordinha. É suficiente para entrarmos em 2025 com folga. Cito de cabeça: quando Pondé e Villas se perderam; schollar (acadêmico) vs pundit (polemista); a sabedoria prática de JP (12 Regras seu livro - é isso mesmo); a questão do mal numa equação ou enquandramento constante; Benatar e JP (dois pesos diferentes não podem subir ao ringue); V Frankl e o Homem em busca do sentido; e o suicida e religioso - que ainda não assisti.
Aqui sim - dois ou três desses tópicos para ruminar no chat. Fica a sugestão. (PS - ainda vou escrever meu comentário single). Quero comentar sobre o choro de JP e sua fala sobre suicídio.
Interessante o que pontuou, em relação ao Prof. Villa ,pra mim ele está mais próximo de um Reinaldo Azevedo que de um LF Pondé . Eu realmente acho que J Peterson deve ter refletido muito depois do debate com o Benatar mas duvido que Newman tenha mudado qualquer uma de suas idéias tortas depois do couro que tomou de Peterson.
Villa tem livros ótimos, um deles traz o compêndio das Constituintes brasileiras desde 1826. Então o professor da U de São Carlos, não poderia se deixar levar pelo canto da sereia da política e assim perder a sua bússola. E infelizmente o vil metal atrai muito mais do que o verdadeiro Norte - de princípios e valores.
Ele foi um que vimos "derreter" em tempo real.
Esses textos do Martim são justamente os que não posso ler rapidamente no intervalo do trabalho ou na sala de espera.Prefiro ler em casa sem pressa.
Eu também, mas o tema hoje me prendeu.
Com o déficit de atenção que tenho Lucas, ler umas três vezes é pouco.
Demais Martim! Eu adoro essas conversas sobre sentido porque elas não tem sentido nenhum. O sentido delas é esse. Mas tem uma graça danada! A vida realmente é fascinante!
Mapas de Sentido é um livro difícil, sou leigo, mas parece faltar uma harmonia do texto. Alguns livros precisam de tutoria, de rodinhas para equilibrar as primeiras pedaladas, e essa tutoria foi muito bem feita no texto. Parabéns Martim.
Ter assinado o Neim foi, com certeza, uma das melhores coisas de fiz ultimamente
Li o texto e separei para ler novamente, com calma e ponderação. Esse texto merece. Obrigado!!
Wow que texto delicioso, vou ler 12 rules de forma obrigatória e ansiosa depois dessa leitura !!!
Muito bom ler isso,muitos tentam reduzir Peterson à um Olavo de Carvalho mais polido.
Profundo e perturbador
Bem-vindo ao clube "ler 3x" !✨️✨️✨️
Como disse Nicolás Gómez Dávila,
"a ciência não educa porque não transmite do objeto que estuda senão a maneira de utilizá-lo"
Martim, esse texto é maravilhoso.
Fico admirado com o seu rigor em relação aos argumentos. No meu cotidiano, inclusive na academia, isso deixou de ser uma virtude; infelizmente.
Como li o texto em dias diferentes, talvez tenha perdido a classificação; mas MVC é scholar puro ?
Todas as semanas, o Martim coloca no meio de suas notas uma aula para os assinantes. Que espetáculo!
Paulo Freire: número de citações no google scholar: 564400
Leandro Karnal: número de citações no google scholar: 2615.
Dr Peterson e fundamental. As séries dele sobre a Bíblia são marcantes, imperdíveis. Viva o doutor Peterson ❤️
Um intelectual sério disse que a obra de Peterson é um pastiche de segunda mão. Ora, é o que parece. O seu Maping of Meanings parece um pastiche da teoria tripartide de Platão: a Razão - parte da alma que a governa, dando harmonia a ela em relação às outras duas partes - ; o Ímpeto - a parte do nosso tônus: aquilo que nós concentramos nossas energias para materializar algo -; e a parte apetitiva - as nossas paixões. Assim, é a parte noética que organiza as outras duas partes e dá uma contextura harmônica à alma.
E por que será que ele foi tão mal no debate com o filósofo analítico? "Ah... Mas ele não é filósofo". Ora, as questões debatidas ali são questões que uma pessoa racional e que, supostamente, intelectual conseguiria demolir. Darei um exemplo. C.S Lewis não era um filósofo profissional. Contudo, no livro Milagres, no terceiro capítulo, ele empreende um argumento sumamente devastador ao naturalismo filosófico - esposado pela maioria dos filósofos analíticos. Este argumento é tão bom que foi escrito um livro (por um filósofo analítico, veja só!) mostrando como este argumento de Lewis de fato é venenoso contra o naturalismo - sobretudo na questão da mente -: o livro C.S Lewis Dangerous Ideas, de Victor Reppert. "Ah, C.S Lewis, um filósofo não profissional, está mais para escritor de livros de ficção do que livros de filosofia" conseguiu, em plena época do positivismo lógico - sim, este que dizia que alma, Deus, e tudo que é religioso e não consegue ser verificado pelo método científico empírico é sem sentido que foi extremamente influenciado pelo Wittgenstein I (porque o Wittgenstein II muda um pouco de ideia) -, afinal, empreender um argumento tão solvente contra uma corrente filosófica que reduzia tudo a questões de linguagem, empíricas e quantificáveis? O corolário é que Peterson foi ruim no debate com o filósofo porque ele é, talvez, uma piada como intelectual - embora, eu reconheça, possui virtudes morais, como ser impávido contra o progressismo e politicamente correto, que muitos intelectuais não têm.
Além disso, será que ele não é mesmo um pundit? Por que, por exemplo, Peterson reconhece que nas histórias de Dostoiévsky há uma verdade ali - conquanto reconhece que as histórias ocorridas ali nunca ocorreram - mas quanto as histórias bíblicas ele sustenta que há verdades ali, mas sempre faz esplêndidas tergiversações quando é perguntado se as histórias ali realmente aconteceram? Não seria porque ele quer agradar seu público religioso? (afinal, ele ganha milhões por mês; e talvez ele não quer ter prejuízos veniais). Quando é perguntado se ele acredita em Deus, ele assevera "O que é Deus?", "O que é crença", "O que é acreditar em Deus?". Ora, por que ele simplesmente não revela seu ateísmo? Qual o problema?
Aqui há um vídeo que revela isto:
https://www.youtube.com/watch?v=5-yQVlHo4JA
Pace e Bene.