Há muitos anos, meu filho pequeno chegou em casa aos prantos. Seu amiguinho Nando havia contado a ele que Papai Noel não existia. Era a mãe dele que comprava os presentes. Eu expliquei ao meu pequeno Alexandre, que de fato, no caso do Nando não tinha outro jeito. Como ele não acreditava em Papai Noel, era a mãe dele que tinha que desempenhar essa tarefa. Mas se o Alexandre acreditasse, então Papai Noel em pessoa traria o presente dele. Alexandre respirou aliviado e me assegurou que ele acreditava sim! Meu filho teve muitos amigos fantásticos na infância: Papai Noel, o Barba Negra, a Bruxa Onilda, e o gnomo Garabal que deixavam presentes na lareira. Hoje Alexandre tem uma filhinha de 5 anos, minha neta. E Garabal e Papai Noel seguem trazendo presentes...
A vontade que dá é, sem cerimônia, dar um soco na cara e depois perguntar, se ficarem espantados: “Pensei que você soubesse. Vocês não aprenderam?”
Entretanto, já me precavi. Disse pro meu filho: “Muita gente diz que Papai Noel não existe, porque eles são pessoas que não prestam, então eles precisam comprar os próprios presentes já que não ganham nada do bom velhinho.”
Perguntei pra minha filha o quê ela queria de Papai Noel,ela disse : "Pirulito de Coração". Me lembrou o Chaves escrevendo ao Papai Noel pra pedir um sanduíche de presunto.
Semana passada o papai noel chamou o meu filho para dar um presente. Ele foi desconfiado, mas quando viu que era uma caixa de estalinho, adorou! Melhor que isso só se fosse um pacote de traque de 10.
Acho que essas coisas fazem parte da brincadeira,ainda bem que ela queria "pirulito" e não um "Playstation(que eu não tenho condições de dar). Os outros presentes que ela pediu também foram simples; livros da "Bibi"(uma série de livros infantis : "Bibi come de tudo","Bibi toma banho" etc...) e uns bonecos dos personagens da Turma do Chaves.
Talvez nossos filhos sejam bem melhores do que os da mãe da amiguinha, difícil julgar. Contudo, entretanto, todavia, tenho a certeza de que somos melhores pais e mães do que ela. Esse julgamento é fácil.
Lindo texto! Devemos cultivar a alegria e a esperança. Não se dá pra crescer de forma saudável tendo como base cinismo e desencanto. E quando os problemas vierem, e pro brasileiro isso é constante devemos "confiar que Alguém cuida de nós enquanto fazemos a nossa parte." FELIZ NATAL!
Obrigado pelo seu texto! É disto que se trata: proteger o amor. A ilusão que ocasiona o bem é mais do que a realidade. O brasileiro precisa muito disso, nesta terra dura e seca em que vivemos. Que o Natal seja um respiro para a nossa humanidade plena!
Aos 67 anos ainda conservo um único brinquedo da minha infância, um boneco da Estrela ( ainda existe a Estrela?), ganhei do Papai Noel, num dos Natais em que a Missa do Galo ainda era a meia noite. Chegando da missa, um tio me recebeu dizendo que o bom velhinho estivera por ali e perguntou onde era a minha cama, ao receber r a resposta, foi até lá e deixou um embrulho. Corri lá, achei a caixa, desembrulhei e não cabia em mim de tanta felicidade. Candinho era o nome do bebê boneco, não troquei esse nome e por muito tempo foi objeto de alegria. Não tive coragem de dele me desfazer, está perfeito exceto por lhe faltar as pestanas, pois muito foi banhado. Ficou como recordação de minha própria inocência, não lembro quando o bom velhinho passou para mim a ser uma lenda, posso dizer que não foi traumática essa descoberta posto que não sobreviveu a lembrança. Já o Candinho, esse sim, sobrevive fisicamente e na lembrança de uma inocência que já não tenho mas que preciso dela lançar mão para sobreviver a dura realidade. Não é preciso apressar o caminho das crianças, tudo tem seu tempo como os frutos...bjs no coração dos inocentes, inclusos dos inocentes que guardamos bem dentro de nós.
Ótimo texto! O maior prazer dos pais é poder ver a felicidade dos filhos e uma das maiores felicidades de uma criança é a EXPECTATIVA pelo dia em que o Papai Noel passará com o presente. Alimentei essa ilusão em minha filha o mais que pude, até que ela, gradativamente, pelo amadurecimento natural, chegar ao entendimento da realidade. Foi muito bom enquanto durou e ela continua amando o Natal.
Parabéns Fernando. Belo trabalho. E nem preciso destacar a delicadeza desse tema. Não interessa o que eu penso nem interessa quem eu apoio nessa questão. O que interessa é que eu possa pensar livremente o que eu quiser. O que interessa é eu ter o mesmo respeito que exijo para minha forma de pensar para com a forma de pensar diferente da minha. E que eu não caia na tentação de achar que minha forma de pensar é superior e portanto me sinto no direito de interferir no pensamento de quem pensa diferente de mim. Por trás disso tem o desejo perverso de expropriar a liberdade de cada um em pensar livremente. Até na forma de que um pai e uma mãe devem educar o seus filhos.
Excelente. Texto realista, mostrando a necessidade e, eu diria, o direito de sonhar. A realidade pode ser ácida e contagiosa, mas sonhar, sem ser nefelibata, nos serve como um bálsamo para o espírito; afinal, como disse o poeta, viver não é preciso.
Minha filha sabe que o Papai Noel existe,ela o vê todos os anos no Shopping e ainda tira foto com ele.
Há muitos anos, meu filho pequeno chegou em casa aos prantos. Seu amiguinho Nando havia contado a ele que Papai Noel não existia. Era a mãe dele que comprava os presentes. Eu expliquei ao meu pequeno Alexandre, que de fato, no caso do Nando não tinha outro jeito. Como ele não acreditava em Papai Noel, era a mãe dele que tinha que desempenhar essa tarefa. Mas se o Alexandre acreditasse, então Papai Noel em pessoa traria o presente dele. Alexandre respirou aliviado e me assegurou que ele acreditava sim! Meu filho teve muitos amigos fantásticos na infância: Papai Noel, o Barba Negra, a Bruxa Onilda, e o gnomo Garabal que deixavam presentes na lareira. Hoje Alexandre tem uma filhinha de 5 anos, minha neta. E Garabal e Papai Noel seguem trazendo presentes...
A vontade que dá é, sem cerimônia, dar um soco na cara e depois perguntar, se ficarem espantados: “Pensei que você soubesse. Vocês não aprenderam?”
Entretanto, já me precavi. Disse pro meu filho: “Muita gente diz que Papai Noel não existe, porque eles são pessoas que não prestam, então eles precisam comprar os próprios presentes já que não ganham nada do bom velhinho.”
Perguntei pra minha filha o quê ela queria de Papai Noel,ela disse : "Pirulito de Coração". Me lembrou o Chaves escrevendo ao Papai Noel pra pedir um sanduíche de presunto.
Semana passada o papai noel chamou o meu filho para dar um presente. Ele foi desconfiado, mas quando viu que era uma caixa de estalinho, adorou! Melhor que isso só se fosse um pacote de traque de 10.
Acho que essas coisas fazem parte da brincadeira,ainda bem que ela queria "pirulito" e não um "Playstation(que eu não tenho condições de dar). Os outros presentes que ela pediu também foram simples; livros da "Bibi"(uma série de livros infantis : "Bibi come de tudo","Bibi toma banho" etc...) e uns bonecos dos personagens da Turma do Chaves.
Talvez nossos filhos sejam bem melhores do que os da mãe da amiguinha, difícil julgar. Contudo, entretanto, todavia, tenho a certeza de que somos melhores pais e mães do que ela. Esse julgamento é fácil.
Lindo texto! Devemos cultivar a alegria e a esperança. Não se dá pra crescer de forma saudável tendo como base cinismo e desencanto. E quando os problemas vierem, e pro brasileiro isso é constante devemos "confiar que Alguém cuida de nós enquanto fazemos a nossa parte." FELIZ NATAL!
Obrigado pelo seu texto! É disto que se trata: proteger o amor. A ilusão que ocasiona o bem é mais do que a realidade. O brasileiro precisa muito disso, nesta terra dura e seca em que vivemos. Que o Natal seja um respiro para a nossa humanidade plena!
Aos 67 anos ainda conservo um único brinquedo da minha infância, um boneco da Estrela ( ainda existe a Estrela?), ganhei do Papai Noel, num dos Natais em que a Missa do Galo ainda era a meia noite. Chegando da missa, um tio me recebeu dizendo que o bom velhinho estivera por ali e perguntou onde era a minha cama, ao receber r a resposta, foi até lá e deixou um embrulho. Corri lá, achei a caixa, desembrulhei e não cabia em mim de tanta felicidade. Candinho era o nome do bebê boneco, não troquei esse nome e por muito tempo foi objeto de alegria. Não tive coragem de dele me desfazer, está perfeito exceto por lhe faltar as pestanas, pois muito foi banhado. Ficou como recordação de minha própria inocência, não lembro quando o bom velhinho passou para mim a ser uma lenda, posso dizer que não foi traumática essa descoberta posto que não sobreviveu a lembrança. Já o Candinho, esse sim, sobrevive fisicamente e na lembrança de uma inocência que já não tenho mas que preciso dela lançar mão para sobreviver a dura realidade. Não é preciso apressar o caminho das crianças, tudo tem seu tempo como os frutos...bjs no coração dos inocentes, inclusos dos inocentes que guardamos bem dentro de nós.
Ótimo texto! O maior prazer dos pais é poder ver a felicidade dos filhos e uma das maiores felicidades de uma criança é a EXPECTATIVA pelo dia em que o Papai Noel passará com o presente. Alimentei essa ilusão em minha filha o mais que pude, até que ela, gradativamente, pelo amadurecimento natural, chegar ao entendimento da realidade. Foi muito bom enquanto durou e ela continua amando o Natal.
A imagem com os personagens das aventuras de Tintim dão um toque especial.
Parabéns Fernando. Belo trabalho. E nem preciso destacar a delicadeza desse tema. Não interessa o que eu penso nem interessa quem eu apoio nessa questão. O que interessa é que eu possa pensar livremente o que eu quiser. O que interessa é eu ter o mesmo respeito que exijo para minha forma de pensar para com a forma de pensar diferente da minha. E que eu não caia na tentação de achar que minha forma de pensar é superior e portanto me sinto no direito de interferir no pensamento de quem pensa diferente de mim. Por trás disso tem o desejo perverso de expropriar a liberdade de cada um em pensar livremente. Até na forma de que um pai e uma mãe devem educar o seus filhos.
Excelente. Texto realista, mostrando a necessidade e, eu diria, o direito de sonhar. A realidade pode ser ácida e contagiosa, mas sonhar, sem ser nefelibata, nos serve como um bálsamo para o espírito; afinal, como disse o poeta, viver não é preciso.